Aposentos do Lennart

Lennart tirou cigarro de sua boca, segurando-o entre o dedo indicador e o dedo médio e soltou a fumaça para fora da janela. A música estava alta, porém os passos de Nymeria eram ainda mais altos e isso fez um leve sorriso brotar no rosto do assassino. Ele deixou que ela entrasse em seu quarto sem falar nada, até porque se chegasse a falar algo seria inútil. Quando ela falou, o rapaz deu uma pequena gargalhada e em seguida jogou o cigarro para fora, para em seguida se virar para olhar a sua mestra. Não havia uma única cicatriz que fosse no corpo de Lennart, o que era algo um tanto estranho, afinal se tivesse passado por todos os treinos e missões que ele afirmava ter feito, e estas últimas ao menos tinham provas de que haviam sido concluídas, era de se esperar alguma cicatriz, ou algum tipo de marca em seu corpo, porém não havia nada ali.

- Você fica fofa quando fica com ciúmes - Ele brincou, rindo levemente logo em seguida. Ele passou por Nym e foi até a caixa de som, efetivamente parando aquela música - Não é como se eu fizesse isso só por fazer, sabe? Eu consegui uma informação bem interessante, aquela garota ouviu os professores conversando sobre um aluno que chegou nesse local, documentos que datam apenas de cinco meses atrás, sem histórico geral e com apenas um homem que age como seu pai. Suspeito, não?

Os olhos castanhos do assassino voltaram-se para Nymeria e por um momento perderam toda aquela onda de malícia que se fazia tão presente neles. Ele coçou sua nuca e passou a mão em uma camiseta branca que estava jogada em cima de sua mesa, quando de fato a ergueu para vesti-la, um sutiã se revelou logo embaixo, porém não é como se aquele chamado de Lothur se importasse com isso. Vestiu dita camiseta e caminhou até perto de Nymeria.

- Aconteceu algo?

Nymeria bufou com o comentário dele, ela realmente não tivera a melhor das noites de sono. Aparentemente o fato de B ter alegado que ela sonharia daquela vez foi apenas uma macumba pra ela se revirar na cama a madrugada toda indo e voltando para os pesadelos mais escabrosos que alguém poderia ter.

- E se eu estiver, o que é que você faria? - ela questionou com desdem mal disfarçado, atravesaando o quarto e deixando-se cair de qualquer jeito sobre a cama, apossando-se daquele canto sem sequwr pedir. As bochechas pareciam um tiquinho mais palidas que o normal, era possivel ver olheiraa sobre seus olhos. - Ah, eu tinha me esquecido que voce nao transa por prazer. Vou tentar anotar isso na minha mente... e sobre esse garoto, vou investigar mais tarde, talvez isso leve a alguma coisa.

Ela casualmente moveu sua cabeça em direção ao assassino. Apesar dos passos rápidos e de toda a poatura que tentava manter, era visivel que estava cansada. A julgar pelos movimentos lentos que fazia no momento, talvez sofresse de pressão baixa tambem.

- Uma lembrancinha? - questionou ao ver o sutiã, depois suspirando e passando para o assunto pertinente. - Enquanto voce estava brincando de casinha com a cadela ingênua, o cão dos Darkness me visitou.

O assassino abriu um sorriso de canto para ela, enquanto a garota tivera dificuldade para dormir o rapaz teve uma excelente noite de sono devido ao '' exercício '' que fizera na madrugada. Quanto aos sonhos... eles nunca eram bons, na verdade se conseguisse ficar sem eles o assassino sentia que seria algo muito melhor para ele, provavelmente melhoraria sua eficiência nas missões que lhe eram dadas. A simples ideia de que Lennart podia ser melhor do que já era parecia ser uma coisa de louco.

- Ora essa... - Dito isso ele movimentou-se rapidamente na direção de Nymeria, colocando-se em cima dela enquanto a mesma estava estirada em sua cama bagunçada, ele abaixou seus lábios até estes alcançarem a orelha da garota - O que acha que eu faria? - Dito isso, ele deixou sua respiração atingir o pescoço dela e em seguida uma risada leve soou de seus lábios, conforme ele afastava sua cabeça para olhá-la nos olhos - É bem suspeito isso, acho que vale a pena. No mínimo você vai fazer um novo amigo.

Ele então saiu de cima dela para realizar toda aquela cena onde vestia a sua camiseta. Ele em seguida passou a mão por um pirulito que estava ali e jogou para ela, aprendera cedo que era sempre bom ter um consigo quando se tratava de Nymeria. Se a garota decidisse investigar aquele quarto, encontraria pirulitos em todos os cantos do mesmo. Haviam até alguns escondidos, pois Len se divertia com a ideia de vê-la buscando por algo em seu quarto e encontrando um pirulito no lugar mais improvável.

- Não sei. Quer para você? - Antes mesmo que ela respondesse, ele jogou o sutiã para ela com um sorriso em seu rosto - Bom, você está viva e aparentemente intocada. O que me dá duas opções: Um, eu tenho um fóssil para enterrar, dois, vocês tiveram uma conversa e eu vou ter que escutar sobre o que ela foi.

Ela teve vontade de arrancar aquele sorriao na base da espada, mas além de não estar com ela no momento, seria um desperdicio arruinar aquele rostinho bonito. Suas mãos passaram pelo travesseiro e o afofaram para que sua cabeça deitasse sobre ele segundos depois. Aparentemente ela não estava incomodada em ficar deitada no mesmo lugar que Lennart acabara de "usar".

- O que está fazendo agora, tentando me seduzir com seu charme que todas acham irresistivel? - ela nem se dignou a mover-se, embora a respiração perto de seu ouvido tivesse arrepiado-a totalmente. - Sabe, eu não sou adepta de Zoofilia. - os olhos desiguais de Nym fixaram-se no dele, antes de revirarem-se. - Pro seu bem é melhor que sim. E quem te disse que eu vim para este lugar fazer amigos?

Nym observou-o vestir-se, percebendo o dragão desaparecer por baixo do pano. Intrigada, questionou-o. O dragão era estranhamente similiar ao que ela carregava no braço, agora visivel por entre a camiseta que usava. Provavel que fosse apenas uma coincidencia.

- Tem algum significado? O dragão. - Ela pegou o pirulito de cereja com certo prazer requintado, desembrulhando-o e colocando-o na boca em seguida. Seus olhos passaram pelo quarto por um instante, quando ela descobriu outro doce dentro de um abajur. - Acho que alguém está tentando me agradar.

Nymeria fez uma expressão de asco para a peça de roupa íntima, ela mal tocou sua mão e foi atirada displicentemente pela janela. Pelo arquejo surpreendido que viera de baixo, certamente acertara alguém.

- Pra que eu vou querer esse lixo? - ela tirou o doce da boca e mudou de posição, ficandl de bruços. - Me pergunto qual seria sua reação se eu estivesse morta nesse momento. Seria um baque não conseguir terminar um serviço? - Nymeria duvidava que Lennart fosse sentir remorso pela morte dela, se isso ocorresse. Também era óbvio que o encontro com B terminara numa conversa praticamente amigavel. Caso contrario ela não estaria ali, intacta. Dificilmente o próprio Lennart sairia inteiro de uma disputa com Beyond, aquelea tres estavam num nivel muito similar. - Basicamente nós vamos trabalhar juntos de agora em diante. Em menos de uma semana ganhei dois caes de guarda, não é incrível?

Pelo tom que usava, não tinha nada de incrível.

- Claro que não, só estou me divertindo um pouco - A boca de Lennart abriu-se e os dentes dele roçaram um pouco contra a orelha de Nymeria, antes de mordê-la levemente enquanto um sorriso brotava em seu rosto. Ele notara os pelos arrepiados da garota - Uma verdadeira pena, eu tenho tanto para oferecer - Lennart adorava os olhos de Nymeria, justamente pela coloração diferenciada que eles tinham, porém não iria contar isso para ela - Não disse que veio aqui para fazer amigos, mas é sempre bom ter um ou outro para disfarçar.

De fato, o fato do dragão nas costas de Lennart ser parecido com aquele que Nymeria possuía em seu braço era uma coincidência, ele não sabia da existência da tatuagem dela até recentemente. O assassino a fizera alguns anos depois de ter sido comprado pelos Lindberg, e a começo poderia parecer uma tatuagem comum de dragão.

- Por mais que os desenhos mais antigos dele sejam um tanto... ruins, este é Yinglong. Um dragão divino da chuva, em algumas histórias ele era o servo de Huang Di, o Imperador Amarelo - Já estava óbvio o motivo de Len ter aquela tatuagem, era justamente pelo dragão ter sido domado por outra pessoa e ter que obedecê-la - Os agrados sempre podem melhorar ♪

Ele cantarolou aquela última parte com um sorriso que só poderia ser descrito como safado. Pegou de dentro de sua gaveta um chicletes e começou a mascar o mesmo, enquanto caminhava até uma cadeira que havia próxima da cama e a puxava para sentar-se mais próximo de Nymeria. O rapaz deu uma pequena risada ao ouvir o som que viera do lado de fora da janela.

- Era um presente - Falou Lennart, como se aquilo realmente tivesse o ofendido de alguma maneira - A sua morte por si só já seria um baque. Quanto ao que eu faria? Morreria, provavelmente, não é como se o seu pai fosse deixar isso passar - Aquela primeira parte fora dita com seriedade, porém não dava saber se ele fizera aquilo de propósito para enganá-la, ou se realmente ficaria triste com a morte de Nymeria. Provavelmente a primeira opção - Ah, ótimo. Quais são os objetivos dele? Ou ele não foi gentil o suficiente para revelar isso?

- Ora, a cadelinha não te divertiu o suficiente ou você tem certo prazer em ver uma virgem na sua cama? - Um gemido baixo escapou de seus lábios quando sentiu os dentes dele em sua orelha. Era dificil ficar totalmente indiferente, mas Nym não daria o prazer de entregar-se a ele, não mesmo. - Se eu quisesse esse tipo de serviço eu poderia simplesmente bater na porta dos rapazes ao lado, cãozinho. - Nym achava a beleza do rosto de Lennart impactante. Era aprazivel olhar para ele, teve o ímpeto de passar os dedos pelos cabelos dessarrumados, mas não o fez. Se negava terminantemente a fazê-lo novamente. - Nunca ouviu falar de pessoas anti-sociais?

Ela escutou a explicação de Lothyr silenciosamente os olhos piscando. Depois de deixar um bocejo longo escapar, ela fechou-os por um tempo. A tatuagem em seu braço era parte de seu desejo para atingir a grandeza. Um dia ela seria uma dragonesa, imperando sobre os incautos. Mas esse dia não era aquele.

- Não foi o tal que amaldiçoou a fauna do espelho? - ela compreendia um pouco de mistica chinesa. - Bem, eu aceito exemplos de melhoria.

Nym voltou a abrir os olhos, os dedos fazendo circulos sobre os lençois dessarrumados. A sua fraqueza parecia estar passando, afinal. Voltando a por o pirulito entre os lábios, ela ofereceu a Lennart um gesto vulgar.

- Dane-se. - ela revirou os olhos, pegara a mentira de longe. Ao passo que ela não conseguia demover Lennart, ele não conseguia enganá-la. - Parece tranquilo com essa ideia. Ele certamente vai matá-lo quando descobrir que fica tentando me levar para sua cama. - a garota piscou para o segurança e suspirou. - Ele está por conta própria, não por ordens de Alessa. Aparentemente Shadow está incomodando-os com esse mercado novo de Bonecas Sexuais Vivas, mas não é só isso.

Nym cruzou os braços sobre a cama e apoiou a cabeça sobre eles.

- Ele quer o método novo. Eu sei que quer... mas não há escolha, é melhor trabalhar com ele do que contra ele. A aliança só vai até o momento que derrubarmoa Shadow, depois disso vai ser uma verdadeira corrida contra o tempo para ver quem consegue as pesquisas primeiro.

Agora ela eatava séria, até mesmo preocupada. Nym moveu uma das mãos debaixo da cabeça e tateou para agarrar a de Lennart. Ela sabia que ele não dava a mínima para aquilo, provavelmente não ligava nem para ela - como ficara clato diante as palavras anteriores dele, quando questionara o que passaria por sua cabeça se ela tivesse morrido. Mesmo assim, quando ela falou a seguir, era mais um pedido do que uma ordem.

- Precisamos encontrar a pesquisa primeiro. A qualquer custo.

- Eu tenho prazer em ver você na minha cama - Sussurrou-lhe Lennart, decidindo que um pouco mais de provocação cairia bem naquele momento, portanto começou a depositar pequenos beijos no pescoço de Nymeria, percorrendo toda aquela extensão com uma lentidão atiçadora - Se fizesse isso, iria descobrir que eu sou um cão bem invejoso. E você não quer me ver com inveja - A beleza de Lennart era uma vantagem que ele possuía e usava a todo momento, fosse em missões ou até mesmo em interações normais no dia a dia. Como se não bastasse ser tentador por si só, a personalidade que ele tinha contribuía nisso - Claro que já, mas as pessoas que mais tentam ficar longe das outras, são as que mais chamam atenção. O povo é curioso e os motivos por trás de toda essa falta de interação vão instigá-los a tentar descobrir mais sobre você.

Ele não tinha um objetivo tão grandioso como o de Nymeria, eles eram um tanto opostos nesta parte. Ela desejava ser alguém superior, que passava ordens para aqueles que estavam abaixo de si, Lennart por sua vez apenas queria continuar sendo o servo que ele era. Parecia um verdadeiro desperdício na verdade, já que aquele rapaz tinha muito potencial para ser alguém maior do que ele era atualmente, porém ele escolhera por acomodar-se mais abaixo.

- Talvez seja, eu não pesquisei mais do que isso - Um sorriso brotou nos lábios de Lennart - Aceitaria até os exemplos que tenho em mente?

Lothur apenas riu do gesto de Nymeria e em seguida mandou um beijo para ela, ainda mantendo aquele sorriso irritante em seu rosto. Ele realmente tirava prazer em irritar as outras pessoas, mas com aquela garota parecia ser ainda melhor.

- Bom, sim ele me mataria por isso. Mas ele iria descobrir? - Aquela pergunta saiu tão repleta de malícia, como já era de costume, mas havia uma pitada de curiosidade ali. Lennart realmente queria saber se Nymeria iria simplesmente contar algo como aquilo para seu pai, porém o assassino acreditava que esse não era o caso - Bom, eu não acredito que vou falar isso, mas eu prefiro ele como aliado também, é uma dor de cabeça a menos... na verdade, não, esquece isso, vai ser uma dor de cabeça de qualquer maneira.

Ele segurou a mão dela e apertou-a levemente contra o seu rosto. Normalmente ele teria usado aquela oportunidade para provocá-la de alguma maneira, porém ele sabia respeitar os momentos sérios de seus mestres, portanto apenas escutou em silêncio enquanto ela falava. Aquela seria a primeira vez que Nymeria poderia ver o rosto sério de Lennart, não aquele que ele costumava usar quando fingia estar escutando algo, mas o verdadeiro, ele estava completamente focado em cada letra que formava as palavras que deixavam a boca daquela garota.

- Tudo o que precisa fazer é me dar a ordem, e eu farei tudo ao meu alcance para garantir que isso aconteça.

- Eu não estou mentindo - Foi tudo o que ele falou entre os beijos, sabia muito bem que estava abusando de sua sorte naquele momento porém ele simplesmente não queria parar, não tão cedo pelo menos. Havia algo naquela situação que trazia á tona um desejo incontrolável, um que ele nem sabia que possuía. Falando em possuir, ele começara aquilo como uma piada porém agora via a si mesmo realmente querendo ter Nymeria - Pelo bem do pobre rapaz, é claro. Um cão ciumento avança com tudo o que tem - De fato, ele ficaria desconcertado se soubesse que um adolescente qualquer havia obtido sucesso onde ele falhara. Porém não falou aquilo em voz alta, muito menos demonstrou isso, não queria dar esse gosto para ela - Não posso dizer que isso chegou a acontecer, é expressamente proibido que os compradores passem muito tempo com o produto.

Lennart aproximou-se de Nymeria, era quase como se o assassino flutuasse graciosamente na direção dela trajando em seus lábios um sorriso calmo e sedutor, seus olhos não desgrudavam dos de Nym - Ora essa, e quem disse que eu planejava em fazer algo pervertido. Não há muita perversão em um beijo, não é?

Lennart era um profissional no que fazia, e no que condizia irritar Nymeria ele provavelmente se tornaria um mestre logo, logo. Não ajudava nada que ele tirava imenso prazer em ver as reações dela a cada provocação que deixava seus lábios, pois isso era apenas mais um motivador para continuar irritando-a cada vez mais.

- Eu sou bom em esconder o que eu faço. Isso é o que vamos ver - Aquele sorriso dela passou batido por Lennart, que limitou-se a passar a língua por seus lábios, enquanto observava Nymeria - Sim, sim, tenho certeza de que ele será útil.

Por um momento os olhos de Lennart Eurus ficaram tão vazios como aquele de um cadáver, porém isto não durou mais do que um segundo e logo a vida pareceu voltar aos seus olhos castanhos. Ele caiu sobre o seu joelho direito e usou seu punho direito para se apoiar no chão, sua cabeça estava baixa e seus olhos fitavam o tapete preto que cobria aquele quarto. Então ele falou e sua voz saiu completamente diferente do que era antes, momentos atrás ela era repleta de malícia, porém agora Lennart falava com tamanha seriedade que chegava a ser um pouco assustador.

- Assim será feito, mestra.

- E o que eu preciso fazer para você parar de duvidar? - Aqueles leves beijos que ele dava no pescoço dela não tinham sinal de que iriam parar, afinal Lennart estava divertindo-se com aquela situação. Ele gostava de ver as reações que a sua mestra tinha, encontrava um estranho prazer nelas - Ah, é mesmo? Bom, agora estou com ciúmes - Dito isso ele enterrou suavemente seus dentes no ombro de Nymeria, aquilo não iria machucar a garota, mas com certeza iria deixar uma marca - Boa pergunta, eu não faço a menor ideia do que se passa na cabeça do Imortal. Claro que no meu caso foi um pouco diferente, como líder dos Treze Fúrias eu pude interagir um pouco mais com os compradores, mas não foi por muito tempo assim.

A Casa criava e vendia assassinos para aquele que pagasse mais, não importava quem o comprador fosse, além disso eles tinham um pequeno grupo constituído dos melhores assassinos que o Imortal tinha, estes eram os Treze Fúrias. O grupo em si não poderia ser comprado, apenas o líder poderia ser vendido separadamente, no entanto eles poderiam ser alugados caso a pessoa pudesse pagar o preço exorbitante que o Imortal cobrava. Os Treze Fúrias realizariam uma única missão á escolha do comprador e após isso voltariam para a Casa. Lennart fora o líder mais recente, mas depois que fora vendido ele obviamente havia sido substituído.

- Atualmente, é só um beijo sim, o resto pode ficar para depois.

Era possível que as provocações de Lennart nunca fossem parar, irritar Nymeria era tão prazeroso quanto beijá-la e provocá-la. Claro que com uma única ordem vindo da parte dela, o assassino iria interromper qualquer tipo de ação que realizara anteriormente, mas havia algo dentro dele que lhe falava que ela não iria fazer aquilo.

- É errado que eu sonhe um pouco? - Ele questionou, com um sorriso em seu rosto - Já que esse é o caso, posso preparar um singelo comitê de boas vindas para ela.

Lennart registrou as emoções que se passaram pelo rosto de Nymeria, sentindo-se um pouco grato por ela ter o mínimo de compaixão com o que fora feito com ele. Ele pessoalmente gostava daquela vida como assassino, só não era um fã do que fora feito com ele para que chegasse naquela situação em que se encontrava. Aquele breve beijo fez com que os olhos de Lennart voltassem a demonstrar toda aquela malícia de antes, como se tivesse despertado ele.

- Eu farei isso, depois é claro - Ele falou, levantando-se e aproximando-se de Nymeria. Os lábios dele já deixavam bem claro o que ele tinha em mente.

- Ah, é mesmo? - Ele questionou, entre um beijo e outro. Lennart sabia provocar e poderia fazer muito melhor do que esteva deixando transparecer naquele momento, mas o assassino preferia começar devagar com sua mestra. Era como se ele estivesse guiando-a por uma dança lenta e estimulante, uma que ele conhecia todos os passos, não importava a música que tocasse ao fundo - Isso não é algo gentil de se dizer ao seu cachorrinho, Nym.

Efeito Lennart. Essa era a única possível descrição para o que estava se passando na mente de Nymeria naquele momento. Passar apenas alguns minutos com o assassino já era uma coisa perigosa para pessoas como ela, mas simplesmente aceitar as provocações e joguinhos dele? Ah, isso era de um perigo ainda maior. Não ficou surpreso, muito menos incomodado, de ter sido chutado para longe dela, isso era evidenciado pelo sorriso que estava estampado em seu rosto - Esse gemido não foi algo muito digno de sua pessoa, mestra... pode repeti-lo?

Se olhares matassem, Lennart teria ido da pior maneira possível como os olhos de Nymeria evidenciavam. Porém era um tanto óbvio que ele teria ido sem nenhum arrependimento, pois ele estava adorando ouvir aqueles sons deixarem a boca de sua mestra - Normalmente os compradores buscam ver o estado do produto, porém não podem interagir muito conosco para o caso de acharem nossas personalidades detestáveis. Mas na minha humilde opinião, nenhum dos assassinos consegue ser mais irritante que o próprio Udødelig - De fato, a possibilidade de Shadow contratar os Treze Fúrias não estava longe da realidade, pois o Imortal não se importava com quem fosse o comprador. Em resposta ao gesto de Nym, ele mandou um beijo para ela.

- Todos os sonhos podem se tornar realidade, é só se esforçar um pouco - Foi a resposta dele, que sorria calmamente - Vou começar devagar então, não queremos dar a satisfação de uma morte rápida, não é?

Lennart passava a impressão de que era alguém que achava graça em tudo, mas este mérito deveria ser entregue a Eurus e não a ele. Ainda assim, se havia algo que ele achava extremamente divertido, era provocar Nymeria. Foi com isso em mente que ele se aproximou para um beijo, seus lábios no entanto pararam a menos de um centímetro de distância dos dela, os olhos castanhos dele pareciam reluzir ao encarar o rosto de Nymeria. Ele desejava ver a reação dela primeiro.

- Eu acho que você já sabe qual é a resposta.

- E seu te provar que é verdade? -  Os dedos da mão direita de Lennart deslizavam pelo corpo da garota, não era algo completamente inapropriado, afinal Lennart não desejava forçar a barra, portanto mantinha-se em áreas '' aceitáveis ''. Seu rosto agora pairava levemente acima da face de Nymeria e por alguns segundos ele manteve-se ali, observando-a com um sorriso antes de começar a beijar o outro lado do pescoço dela - Qual é o problema aqui? Eu estar transando com outra pessoa que não é você, ou você ter corrido perigo de vida? Ah, não importa, me perdoe mestra. Devo começar a dormir no seu quarto para garantir sua proteção?

Aquela teimosia de Nymeria se apresentaria como algo incômodo para outras pessoas, mas para Lennart aquilo era algo que o motivava a continuar, pois tudo tinha seu fim até mesmo essa resistência dela. E se tinha algo que ele adorava era ver o fim - Farei isso, é claro. Mas eu realmente gostaria de ouvir aquele som novamente.

- Ah, você vai inevitavelmente conhecer o Imortal. Ou você vai adorá-lo ou vai odiá-lo - O objeto que ela lançou contra Lennart era leve demais e foi pego com facilidade pelo assassino que olhou para a peça de roupa que a garota de antes esquecera - Mais uma? - Ele murmurou antes de jogar aquilo para um canto aleatório.

Ele guardaria aquela conquista no fundo de seu coração, com muita ternura, pois descobrira o quão divertido era deixar Nymeria verdadeiramente irritada. Por mais que fosse algo um tanto perigoso, não era como se Lennart tivesse repulsão á ameaça. Verdade seja dita, ele era casado com o perigo.

- Ah, de fato, se ele for realizado é inevitável que acabemos suados - Ele abafou um riso com os nós de sua mão - É mais fácil eu virar o Papa do que ela vir sozinha.

Lennart ainda não fizera nada, apenas escutara Nymeria falar. Assim como ela, o rapaz parecia estar pensando em algo distante porém ele não conseguia distinguir as imagens que se formavam em sua mente.

- No mínimo, um beijo. No máximo? - Ele atrasou aquela resposta colando seus lábios nos de Nymeria - Você.

- Ora essa, é porque a verdade é completamente diferente de uma mentira - Conforme seus dedos passeavam pela pele de Nymeria, a quantidade de beijos apenas aumentava e obviamente não davam sinal de que em algum momento iam parar. Todo aquele espaço que lhe foi oferecido foi rapidamente coberto, Lennart estava realmente sedento. Nymeria conseguiria ouvir uma pequena risada vinda da boca de Len, ele notara que a sua mestra não conseguira responder as suas perguntas e tirara um enorme prazer daquilo - Se realmente quiser... mas não fique surpresa se eu subir na sua cama de súbito, para lhe fazer companhia. Na verdade, acho que fica até mais fácil eu te proteger se dormir junto com você. O que acha?

Ele passou os nós de seus dedos no rosto de Nymeria, em um gesto aparentemente carinhoso. Adorava ver um pouco de cor naquela pele normalmente pálida dela - Qual o problema? É só um som.

- Eu aposto no ódio - Ele riu um pouco com a fala dela - E seria um pouco sexy também. Principalmente se usasse a sua.

No momento que ele falara aquilo, ele riu com a ideia. Justamente pelo quão ridículo ela era. Como se Nymeria Lindberg fosse tirar a própria calcinha fora para estrangulá-lo. Seria uma cena cômica acima de qualquer outra coisa.

- Eu não posso ir para o inferno mestra, não me dão dias de folga - Foi a resposta do assassino que sorria com enorme malícia, deixando claro o que ele pensava sobre o ato que os deixariam suados - Eu não vou preparar nada que seja impossível de se safar, só o suficiente para dar um oi.

As mãos de Lennart encontraram a cintura de Nymeria e a puxaram mais para perto, deixando com que a distância entre eles fosse mínima, aquele beijo também não era nada calmo e romântico, mas estava repleto de desejo e luxúria. A língua de Lennart fazia seu caminho por dentro da boca dela, não deixando nenhum canto ser inexplorado. Antes que Nymeria pudesse falar, ela foi deitada na cama por Lennart e o mesmo ficou por cima dela, dando continuação ao beijo.

- Eu sei disso - Ele falou, pouco antes de recomeçar aquele beijo - Mas prometo fazer valer seu tempo.

- Em uma das opções, eu só quero te irritar, na outra eu quero algo a mais - Conforme aqueles beijos continuavam, era possível notar a animação que provinha do lado de Lennart, a cada segundo que passava a quantidade de vezes que os lábios dele tocavam a pele dela apenas aumentavam e aumentavam, assim como o sorriso que ele trajava em seu rosto. Deixando que sua mão subisse e descesse livremente, era como se ele tivesse tocando algum tipo de música, usando o corpo dela como instrumento - Acredite em mim, eu quero sim dormir com você.

Não havia um motivo maior por trás daquele toque, era apenas isso, um desejo de sentir a pele dela contra a sua mão - Pode até ser vergonhoso, mas eu gosto de ouvir ele.

O assassino fez um arco lateral com sua mão, pegando a bota de Nymeria no processo e, após se agachar um pouco, pousou a mesma levemente no chão antes de sorrir tranquilamente para ela.

- Eu lhe garanto que não sou suicida, senhorita. Não é tão fácil se livrar de mim - Ele falou, no momento que a ideia de se matar cruzou a sua cabeça. Era indiferente á aquilo, sabia que era algo que não iria acontecer - Agradeço por isso, Nymeria.

Não houve resistência alguma da parte de Lennart, ele queria que ela aproveitasse o controle que havia sobre ele. O assassino nunca era completamente submisso em situações como aquela, por mais que tentasse se forçar a deixar que outra pessoa tomasse controle da situação, ele sempre acabava por ver seu corpo reagindo de alguma maneira. Suas mãos se libertaram sem muita dificuldade e começaram a caminhar pelo corpo de Nymeria, enquanto um sorriso sedutor brotava em seus lábios. Elas pararam nas coxas de Nymeria e dali fizeram seu caminho até chegar nas costas dela, forçando-a um pouco mais para baixo.

- Então eu vou fazer com que você deseje isso - Ele sussurrou no ouvido dela, pouco antes de recomeçar aquele beijo lascivo.

- Ora, se eu contar todos os meus segredos eu perco parte da graça. Apenas saiba que é possível - Lennart odiava que deixassem marcas em seu corpo, fossem mordidas, chupões ou arranhões. Isso tudo era devido ao seu orgulho, pois nunca havia sido ferido em uma missão que fosse, não haviam cicatrizes ou qualquer outra coisa que servisse de evidência para suas ações. Mas daquilo... daquilo ele gostara. Isso poderia ser notado pelas reações que ocorreram naquele momento, além de ter deixado um baixo som escapar sua boca, ele rira de uma maneira que deixava claro que ele gostara de ter as unhas de Nym cravadas em suas costas, isso e o fato de que o número de beijos aumentaram, sendo acompanhados pelas ocasionais mordidas na orelha - Bom, sim. Mas eu ainda prefiro a minha definição.

Ele afastou lentamente sua mão de perto do rosto dela, deixando que ela voltasse a pender do lado de seu corpo - Nunca disse que você se importava, só que gostava de ouvir você gemer.

Para Lennart, tudo aquilo o divertia extremamente. Desde as demonstrações de prazer de Nymeria até a erupção de sua raiva. Isso tudo era piorado pelo fato de que ele mantinha um sorriso extremamente convencido em seu rosto, como se estivesse no controle de tudo que estava acontecendo ali.

- Longe disso. Sou apenas um servo fiel - Respondeu-lhe, colocando suas mãos tranquilamente dentro dos bolsos de sua calça - Isso me entristece um pouco, estou começando a gostar de passar meu tempo com você.

Não havia nada em seu alcance que Lennart não mordia, o pescoço, os ombros, as orelhas... tudo. E ele estava mordendo justamente para deixar marcas, para que quando alguém olhasse para os ombros ou o pescoço daquela garota notasse que ela estivera com alguém. Isso e porque ele simplesmente gostava de morder ela, era um cão afinal de contas.

- Tenho permissão para fazer tudo em meu alcance para convencê-la? - Ela podia não ser necessariamente versada naquele '' assunto '', porém as tentativas dela eram claramente aprovadas por Lennart, que não conseguia parar de sorrir de prazer. Quando Nymeria terminou de refazer aquele caminho, ele voltou a beijá-la, desta vez com ainda mais desejo do que as outras vezes, sua língua dançando dentro da boca dela, desejando cada vez mais. Ele estava começando a gostar ainda mais daquilo - Se eu for um, vou poder lambê-la?