Pela Tristeza Pesar

- Meus pais? - Melissa parecia estar incrédula atrás dele, olhando para os dois com conflito.

- Pelo visto sim. - Maxwell falou, olhando para trás onde Melissa estava. Para os dois, ele estaria falando sozinho.

♙ Conseguia ver de onde Melissa tirara seu gênio, praticamente o herdara de sua mãe e isto fizera com que ele automaticamente gostasse dela, ainda que tivesse algumas perguntas sobre o paradeiro deles nesses anos todos e o motivo por terem voltado naquele exato momento, mas julgou que isso poderia esperar. Ele chutou uma pedrinha para o lado, olhando para os dois com um sorriso fraco e triste, virando-se então para observar a Oficina Blazes aonde eles ficaram durante todo aquele tempo e novamente uma lágrima escorreu pelo seu rosto, aquilo era tão injusto, Melissa estivera apenas à alguns dias de distância de conhecer seus pais biológicos e tivera que morrer, em compensação o pai biológico de Maxwell estava em algum canto nas redondezas sendo caçado por Nathanael e tudo o que ele poderia fazer era rezar pela segurança do seu irmão e pelo sucesso de sua missão. ♙

"Não é nada justo. O que eu falo agora? O que eu faço agora? Eu não sirvo para nada sem você."

- Eu posso mostrar, mas já desmontaram o lugar inteiro. Não tem móveis, não tem ferramentas, não tem nada além de uma mesa e uma cadeira... E os meus materiais de pintura, suponho. - ele olhou para baixo. - Eu sinto muito, era ela quem deveria estar aqui hoje.

- Poderia ter sido evitado sim. Se eu não fosse tão fraco nós dois poderíamos estar aqui. Venham.

♙ Realmente não havia muito a ser mostrado, mas Maxwell fez o seu melhor para descrever como o local era. Algumas coisas da oficina ainda estavam ali já que era praticamente impossível retirá-las sem desmontar parcialmente o chão do local, também havia a cadeira e a mesa que Maxwell havia citado, ele contou sobre como o movimento ali era frequente ainda que não fosse tanto assim, sobre como quando Melissa ficava cismada com alguma coisa ela simplesmente não largava o problema até solucioná-lo, por vezes precisando de carinho da parte dele para não explodir de frustração. No andar superior ele indicou onde ficava a cozinha, a mesa, a sala, a televisão, os outros móveis e a cama, este último estando pintado no quadro que ele começara a pintar, não chegara a fazer Melissa deitada nela, apenas a cama mesmo então ficava mais fácil de visualizar essa parte em específico, mostrou onde ficava o banheiro e lembrou-se dos dias em que Melissa teve que cuidar dele por conta da armadilha de Ishmael, foram dias que demonstraram o quanto ela o amava por estar disposta a parar tudo e tomar conta dele. Seria eternamente grato por isso. Por fim desceram novamente e foram para o lado de fora, durante todo o tour Maxwell se mostrara falador, rápido para descrever os locais e o seu relacionamento com Melissa, deixando de fora as partes que eles não precisavam escutar, mas agora ele parecia ter se calado completamente. ♙

- Eu... - disse, após alguns minutos. - Eu faria qualquer coisa para ter ela de volta. Não importa o quão arriscado seja ou o quão impossível pareça, eu faria de tudo. Eu olharia nos olhos de cada deus e renunciaria suas existências se necessário fosse. Eu trocaria a minha vida pela dela.

- As memórias são minhas, eu que decido se vocês merecem elas ou não. E eu decidi que merecem.

♙ Havia algo ali, os dois possuíam alguma coisa consigo que fazia parecer que eles tinham uma resposta para aquele problema? Mas o que poderia ser? O único que tinha poder sobre os vivos e os mortos era Deus, porém... o modo como se portavam, a maneira com a que seus olhos o encaravam, até mesmo a hesitação da parte de Marion adicionava naquela imagem de que eram capazes de desfazer todo aquele caos. E o rosto de Maxwell iluminou-se com determinação, fazendo com que a alucinação de Maxwell sorrisse e desaparecesse em pleno ar, sua expressão era uma digna de um herói dos desenhos, aquele que jamais falhava em salvar o dia. ♙

- Qualquer coisa. Vocês tem uma opção, eu quero ouvir ela.

♙ Era como um cléc cléc constante no fundo de sua mente, as engrenagens em um grande relógio começando a se virar e funcionar novamente após tanto tempo paradas. Maxwell era um cara inteligente, certamente não era um gênio em uma ilha, mas era inteligente o suficiente para começar a encaixar as peças conforme elas iam caindo na sua frente, só estava um tanto mais lerdo depois de dias inteiros de luto, quando mais jovem praticamente decorou a Bíblia de tanto que a lia com seus pais e seu irmão, portanto, por vezes certos versículos caíam em sua mente que encaixavam-se com a situação ou que iluminavam-no num período de sombras e dúvidas. ♙

Para tudo há uma ocasião certa;
há um tempo certo para cada propósito
debaixo do céu: Tempo de nascer e tempo de morrer,
tempo de plantar
e tempo de arrancar o que se plantou, tempo de matar e tempo de curar,
tempo de derrubar e tempo de construir, tempo de chorar e tempo de rir,
tempo de prantear e tempo de dançar, tempo de espalhar pedras
e tempo de ajuntá-las,
tempo de abraçar e tempo de se conter, tempo de procurar e tempo de desistir,
tempo de guardar
e tempo de jogar fora, tempo de rasgar e tempo de costurar,
tempo de calar e tempo de falar, tempo de amar e tempo de odiar,
tempo de lutar e tempo de viver em paz.

♙ Eclesiastes 3:1-8. De fato, havia um tempo certo para morrer e Maxwell decidira que aquele não era o tempo de Melissa, recusava-se a acreditar em um mundo que arrancaria ela dele sem a menor piedade, principalmente quando as coisas estavam começando a se ajeitar e a melhorar, a oficina estava começando a se fixar como um local de respeito em toda Windfall, a missão de Maxwell para salvar aquela cidade parecia estar andando perfeitamente e ele até mesmo estava conseguindo criar uma imagem para si online com sua arte, comentara com Melissa dias antes da morte dela, ele conseguira fechar negócio com diversas pessoas para fazer desenhos para o seu canal de YouTube, estava longe de ser um enorme pagamento, mas era o suficiente para ele pagar algumas das dívidas da casa. E agora ele estava ali, olhando para os pais dela. A resposta era óbvia. ♙

- Eu vou. Mas a resposta é tempo não é? Não precisa responder aqui.

- É o tipo de resposta que a Melissa me daria, tal mãe, tal filha.

♙ Durante todo o trajeto, Maxwell alegremente deu detalhes sobre sua vida com Melissa. As pequenas coisas que fariam com que eles tivessem uma imagem bem clara de quem a filha fora e de como ela era importante para ele, fora a primeira amiga que realmente fizera naquela cidade, a primeira pessoa que lhe demonstrara alguma forma de afeição e também a primeira com quem ele dividira suas reais dores, não aquelas que ele usava para criar uma imagem estúpida de alguém maluco, mas sim as que estavam no fundo do seu coração. Perdera sua melhor companheira, a pessoa que deveria estar do seu lado até o fim de sua vida e tudo o que pudera fazer fora vingar-se no mesmo momento, não fizera aquilo direito, sentia que poderia ter salvado Melissa se tivesse sido menos cruel com sua execução de Hans. Talvez isso fosse apenas ele culpando-se por coisas sobre as quais não tinha controle sobre, mas sentiu que conseguiu passar bem a imagem de Melissa e de como ela fora até então. Ele desceu do carro e fechou a porta atrás de si. ♙

- Isso não soa nem um pouco assustador. Vamos lá.

♙ Teria feito uma brincadeira descontraída sobre aceitar um cafezinho, mas não era hora para tal coisa, logo sentou-se no sofá e prestou atenção no que estava lhe sendo dito. Viagem no tempo, era a coisa mais maluca que ele já ouvira e ao mesmo tempo era seu desejo mais ardente, a possibilidade de voltar e resolver todos aqueles problemas era simplesmente atraente demais para ele ignorar e dizer que era tudo loucura. Mesmo que eles estivessem mentindo era algo que ele queria acreditar, ele ansiava do fundo do seu coração poder tomar aquilo para si e retornar para os dias onde Melissa estivera ao seu lado. E não era como se fosse um herói fazendo a decisão de saltar no tempo para  salvar a sua amada, ele estava sendo extremamente egoísta, o que poderia ser mudado quando fizesse tal coisa? Certas decisões poderiam ser alteradas, certas pessoas poderiam nunca nem se conhecer e ainda assim os pais de Melissa reconheceriam o olhar de Maxwell como um de determinação, ele iria fazer aquilo. Ele iria salvar Melissa. Não importava o que fosse colocado no seu caminho, ele iria ir atrás dela sempre e se falhasse iria apenas tentar novamente até conseguir. ♙

- Entendo. E é aí que eu entro, imagino? Se eu voltar no tempo eu tenho mais chances de salvar a Melissa. - ele inclinou-se para frente, unindo as mãos. - Eu não faço a menor ideia de como isso tudo funciona, não sei nem os efeitos que isso pode ter. Mas quero tentar. Por favor, permitam que eu volte. Eu vou salvar a Mel e vou me garantir de que não haja a menor chance de ela morrer novamente.

- É, é o suficiente sim.

♙ Ele acompanhara Marion, sentando-se na cadeira que havia na frente da máquina. Sentiu um calafrio percorrer a sua espinha, sentia que não compreendia direito o que estavam tentando fazer apesar de ser em teoria simples, só bastava retornar e salvar Melissa, nada além disso, mas era como se ele pudesse ouvir uma voz sussurrando contra o seu ouvido, tanto que até olhou para trás por um momento, mas obviamente não viu nada. Inspirou profundamente e aguardou enquanto os dois preparavam a máquina, lhe foi passado um fone de ouvido um pouco grande para ele usar e ele o colocou em sua cabeça. Era... Assustador. Como pudera simplesmente ouvir que estavam viajando no tempo e aceitara isso como a verdade? Talvez por já ter visto algo tão maluco quanto naquele Tabuleiro no qual era um Peão. Novamente a sensação de que alguém sussurrava contra o seu ouvido, mesmo com o fone em sua cabeça ele não conseguia tampar aquele som, fechou seus olhos e por um momento viu o que parecia ser um cemitério, ele via a si mesmo sentado em uma pedra com roupas em frangalhos, um capuz negro por onde os longos cabelos pretos escapavam e com uma pá em sua mão. Ele olhou melhor para o seu próprio rosto e viu listras vermelhas descendo dos olhos até o pescoço, uma estranha maquiagem ou pintura de guerra. ♙

♙ Sucesso. ♙

♙ A boca dele moveu-se, mas ele ouviu a palavra em sua mente. Abriu seus olhos, aquilo durara menos que um segundo, mas agora havia um sorriso confiante no rosto de Maxwell e ele nem mesmo compreendia o porquê. ♙

- Estou pronto. Podem começar!

- Não se preocupem, não precisaremos de múltiplas tentativas. - ele inspirou profundamente. - Obrigado.

♙ Enquanto Maxwell voltava no tempo para salvar Melissa, havia um outro Maxwell. Talvez o primeiro entre todos eles. Talvez o último. Sentado em uma cadeira de madeira com uma pá ao seu lado ele observava o céu por onde várias estrelas coloridas iam e vinham, o céu era xadrez colorido com todas essas linhas formadas e uma azul claro havia acabado de surgir, passando pelo céu e tocando o horizonte. Abriu um sorriso, nunca se cansava de ver alguém obtendo sucesso onde ele falhara, ele espreguiçou-se e então virou-se para as lápides que se estendiam naquela planície sem fim. Olhou para a primeira fileira. Maxwell. Melissa. Hanna. Dante. Lennart. Nymeria. Edrik. Natasha. Noah. Robin. Aidan. Leah. Nathanael. E a fileira de trás se repetia assim e a de trás dessa também, indo de forma contínua até onde os olhos alcançavam. De vez em quando surgiam outros nomes ali no meio. Alice. Neil. Morgan. Melanie. Nerys. Lothur. Nastasia. Todos os nomes daqueles que um dia tiveram algum tipo de impacto em seus próprios mundos e era o dever de Max enterrá-los, colocá-los naquele local para que seus ossos pudessem descansar e dar lugar para novas versões de si. Infinitas versões. Em verdade, seu nome Maxwell e sua aparência lhe serviam como título e manto, pois já vira tantas versões de Maxwell, tantas vidas que não sabia dizer de onde viera. Era Maxwell? Talvez. Não sabia dar uma resposta definitiva. Definitivamente era algo. Mas já não importava mais, ele continuaria assistindo e cuidando daquele local. Havia uma segunda cadeira, na qual Melissa estava sentada, também com um pá. Mesmo quando não tinham certeza de quem eram, eles estavam unidos. ♙

♙ Ele estava em pé no quarto, a cama atrás de si estava bagunçada, estava apenas vestindo as suas calças e tinha o celular contra o ouvido, a boca meio aberta. Ele pousou o celular em cima do criado mudo que havia do lado da cama e abaixou-se, pegando a camiseta e vestindo-a lentamente. Por algum motivo tinha medo de fazer um movimento em falso e acabar por desfazer aquela imagem que estava na sua frente. Deu passos controlados na direção da cozinha, mas foram apenas dois e logo ele estava correndo, parando no vão que separava a cozinha e o quarto e olhou diretamente para onde ela deveria estar. Lembrava-se. Agora sim se lembrava. De como naquela manhã acordara e se confessara para ela, que estava usando apenas uma calça quando o fizera e que ela estava deslumbrante. Se ela não estivesse ali, se aquilo fosse um sonho... Deus era muito cruel. ♙

- Mel.

♙ Se ele chorasse, teria que passar um tempo enorme se explicando. E como poderia contar para ela sobre seus pais biológicos serem viajantes no tempo? Que ele próprio viajara no tempo para salvá-la de sua morte? Se ele chorasse, criaria preocupações. Se ele chorasse... Ele chorou. Lágrimas começaram a escorrer pelo seu rosto, ele soluçou forte e praticamente correu na direção dela envolvendo-a em um abraço apertado e carinhoso, beijando seu rosto repetidas vezes, sentiu os cabelos negros em sua mão, os seios apertados contra o seu peito, o calor de sua pele, a dureza de suas mãos. Ela era real. Não era um sonho. Funcionara. Ficou naquele abraço até que seu coração se acalmasse, até que pudesse olhar no rosto dela sem derramar mais lágrimas. Mas, ainda assim, quando olhou para ela por um momento pôde ver novamente aquele caixão com ela vestida como uma princesa dentro. Fechou os olhos e encostou sua testa na dela, dando um selinho em sua boca. ♙

- Eu tive um sonho horrível. Não quero falar sobre. Passou. - ele então começou a rir. Primeiro veio como uma brisa, suave e baixinho e então estourou-se em uma gargalhada. Ele largou Melissa e deu alguns passos para trás, olhando ela de cima a baixo. Gostaria de falar que a amava, mas... Um dos motivos para ela ter ido até aquela mansão foi por terem desenvolvido um relacionamento, então isso teria que esperar. - Você é incrível. Olha só para você. Da cabeça aos pés é simplesmente...

♙ Mordeu o inferior e fez um gesto apertando o ar suavemente, mas quando aproximou-se novamente o que ele conseguiu fazer foi acariciar o rosto dela com sua mão direita e com a esquerda segurar a sua cintura. Não conseguia, por mais que pudesse evitar dizer as palavras ele simplesmente não conseguia evitar de tocá-la da forma como a tocara após o começo daquele relacionamento. Quanto mais pensava, mais notava o quão rápido deveria de ser para que ela não notasse que havia algo de errado, gostaria de passar por aquilo sem precisar de maiores explicações para que pudesse colocar tudo para trás, também para ter mais tempo para se preparar para a chegada dos pais de Melissa. Deu um curto beijo nela, apesar de reacendido seu fogo continuava mais acalentador do que consumidor. ♙

- Depois desse café, vamos fazer o que?

- Fica linda constrangida também. Você é minha Musa, Melissa Carter.

♙ Tecnicamente, era uma declaração. Melissa sabia o quão envolvido em artes Maxwell era e ele simplesmente dizer que ela era a divindade que lhe dava inspiração não era menos do que uma confissão, mas ele sabia que aquilo iria enrolar bem as coisas, o suficiente para que não precisasse lidar com os problemas que iriam advir de uma confissão súbita como fora na linha do tempo original. Ou melhor dizendo, aquela era a linha do tempo original, ela só fora rebobinada. Pelo menos era assim que Maxwell entendera, deixava as coisas mais simples. Precisaria perguntar para os pais de Melissa como aquilo funcionava de maneira exata. ♙

♙ Naquele momento, porém, só queria passar seu tempo com ela. Aproveitar os mínimos aspectos dela e divertir-se com a sua presença, igual fizeram tanto tempo atrás. Ou nunca. Viagem no tempo é realmente confusa. Poderia ter sido só um sonho, mas ele suspeitava disso, as sensações eram vivas demais, era como se tivesse acabado de sentir o sangue de Melissa bater contra a sua camiseta, então não, não tinha sido apenas um sonho. Ele deu alguns passos para trás, dando um pouco de espaço para ela, ambos conseguiam notar que ele desejava segurá-la e jamais soltá-la, mas precisava-se de espaço também. ♙

- Então que tal passarmos o dia na cama, comendo a sua comida favorita? Tenho dinheiro para pagar. - ele falou e puxou seu celular, abrindo o aplicativo de delivery de comida. - Ah, nunca te expliquei como eu tenho tanto dinheiro assim né? Não quero que pareça que eu vivo sustentado pelo meu irmão. Alguns anos atrás, quando eu morava em Los Angeles, eu...

♙ Ele corou, olhando para o lado. ♙

- Nunca contei porquê não é bem a coisa mais máscula do mundo. Eu fiz um design de um vestido e vendi ele sob o pseudônimo de uma marca famosa. Até hoje me rende um bom bocado.

- Porquê eu quero. Porquê eu posso. - ele beijou o topo da cabeça dela, com um sorrisinho em seus lábios.

♙ Ele passou seus braços ao redor dela, ainda segurando o celular e fazendo o pedido para o que iriam comer. Não precisava da resposta dela, porquê tecnicamente já a tinha, sabia que se dissesse que a amava iria receber uma resposta positiva de volta, mas no momento era necessário andar com cuidado para garantir que não pisaria em nenhuma mina que aceleraria o processo de morte de Melissa. Ele iria atrasá-lo todo o tempo que pudesse, até ela estar bem velhinha e incapaz de ser ferida por quem quer que fosse. O pensamento de envelhecer ao lado de Melissa lhe soava bonito o suficiente para fazer com que quisesse chorar de novo, porém ele conseguiu se conter devido a reação que Melissa teve, algo que trouxe um sorriso envergonhado ao seu rosto. ♙

- É... Eu vi um desafio na internet sobre desenhar uma peça de roupa que você nunca tinha desenhado antes e eu desenhei um vestido. Acabei insistindo tanto na ideia que fiz um produto bem bom até. - ele falou, puxando então seu celular para frente do rosto de Melissa, abrindo uma foto do vestido sendo usado por uma modelo. Era levemente vermelho com alguns toques de dourado aqui e ali. Era certamente bonito, mas o que provavelmente iria impressionar Melissa era a quantia que estava sendo cobrada por um desses vestidos. - É esse. Eu não lembrava de ter tantos zeros assim no preço.

- Eu meio que sou um fantasma no mundo da moda, eu apareço muito de vez em quando e subitamente, solto um novo design e sumo completamente. Por isso é caro, porquê é parte de uma coleção pequena. Eu fiz duas outras peças de roupa, uma camiseta que honestamente não é lá essas coisas e uma jaqueta de couro, mas essas não vendem por tanto assim. Pelo menos não se comparado ao vestido.

♙ Ele parou e olhou para o rosto de Melissa, parecendo estar completamente intrigado com algo, olhou-a de cima para baixo e com a ponta do dedo indicador tocou a parte inferior do queixo dela e ergueu-o para cima, continuando a olhar para Melissa. Começou a dar voltas ao redor dela, antes de parar diretamente na frente e abrir um sorrisinho de canto. Maxwell em seguida segurou a mão de Melissa e a girou, como se estivessem dançando, por fim puxando-a para perto de si dando um abraço bem apertado por trás, beijou o pescoço dela com doçura. ♙

- Mais tarde vou precisar de um tempinho para desenhar, você acabou de me inspirar para fazer um conjunto. Você vai ganhar eles de graça, é claro. São feitos principalmente para você. Mas isso é depois, até lá sou seu, o que quer fazer?