Oficina Blazes

♙ Momentos de ternura, momentos de luxúria. Era engraçado, ambos em seu estado mais cru eram opostos, mas tendiam a misturar-se com Melissa e Maxwell. Ambos tinham certo carinho pelo outro, e mesmo que não falassem isso em voz alta, certamente demonstravam isso pelo modo como agiam quando encontravam-se. Havia muito calor, intenso que queimava como se alguém tivesse jogado gasolina no fogo. Porém, este também conseguia ser ameno, como em uma lareira que esquentava uma sala. Agora, porém, o fogo havia esfriado-se. Ainda estava ali, fraco, por causa do vento frio que batia. Mas mostrava-se presente. Aquele era um fogo verdadeiramente impossível de se apagar completamente, fizesse chuva, neve ou o que quer que fosse. Nada extinguiria aquele calor. ♙

- Não estou, você está linda. - Ele notou que Melissa não estava bem, não deveria ser apenas o fruto de uma noite mal dormida. Havia algo a mais ali. Mas sabia que não era bom perguntar. Se ela quisesse conversar, certamente o faria. Sem falar que conhecia-a bem, fazer qualquer tipo de questionamento só a irritaria.

♙ Por um momento parecia que todo o peso daquele dia havia deixado os ombros de Maxwell e ele riu. Não foi uma gargalhada como normalmente era, mas apenas uma curta e simples risada. Voltou seu olhar para Melissa, momentos antes de ligar o carro e sorriu. Parecia estar um pouco melhor do que antes, mas ainda continuava mal. Não era algo que curava-se em poucos segundos, precisava-se de tempo e de muito cuidado. Sua mão direita foi para o rosto dela e ajeitou uma mecha de cabelo, colocando-a atrás da orelha da garota. ♙

- Obrigado por estar aqui. Me prometa que não vai fazer nada que te leve para a cadeia, então.

♙ As palavras de Melissa sempre inundavam os sentidos de Maxwell, faziam ele perder-se naqueles sentimentos que queimavam sua alma, faziam com que ele se fizesse de idiota em todos os momentos possíveis, que simplesmente se deixasse levar pelo o que via e por aquela sensação que queimava. Ah sim, era um desejo incontrolável e certamente perigoso se não fosse moderado. Mas, naquele momento, a outra parte tomava conta, havia uma enorme onda de afeto passando pelo coração do rapaz quebrado... Retornar para aquela cidade sozinho e encontrar os pedaços de si que haviam caído e ficado para trás teria sido impossível sem alguém junto dele. Nos últimos anos, havia sido Nathanael que voltara com ele, porém agora ele estava ocupado e fora para Heaven's Gate sozinho. Era até um nome engraçado para uma cidade tão maldita. ♙

- E isso é uma das melhores coisas sobre você. - Falou o rapaz, acelerando o carro e deixando aquele local para trás. Não demoraria mais para que pegassem a estrada e então passassem horas até chegarem na cidade. - Isso vai bastar.

♙ Apesar de seu lado racional saber que talvez fosse melhor levar Dante ou Hanna para essa viagem, uma vez que eles eram menos propensos a atacar pessoas na rua. Porém, Maxwell sentia que era capaz de controlar a fúria de Melissa. E também... Ele preferia ela. Seus outros amigos nem chegaram a passar por sua cabeça quando ele pensara em pedir apoio para aquela viagem. Melissa fora a primeira e única opção. Ela conseguia apoiá-lo de uma maneira que os outros dois não conseguiam, sua presença era o suficiente para que o rapaz conseguisse ficar mais aliviado, independente da situação. Sabia que seria um dia difícil e estressante, porém ficava mais tranquilo ao saber que ela estaria ao seu lado, mesmo estando um pouco estranha. ♙

- Tomara. - O rapaz deu uma curta risada, conforme dirigia para sair da cidade.

♙ A viagem demoraria bastante, levando aproximadamente 10 horas para chegarem até a cidade de Heaven's Gate, no norte da Califórnia. A cidade em questão, apesar de ser longe e ficar um pouco isolada, não era tão distante assim da capital, que era Sacramento. Esse tempo, é claro, incluía as paradas para almoço, ir ao banheiro e etc. E o tempo voou. Apesar do clima não ser o melhor, em alguns momentos Maxwell pôde esquecer sobre seus problemas e apenas conversar com Melissa, assim como também aproveitou dos momentos de silêncio entre os dois para organizar a sua mente. E então, horas depois, eles estavam a quinze minutos de distância de Heaven's Gate, tão carinhosamente apelidada de Helhole. ♙

♙ Ali estava a placa, alertando-os que haviam chegado a Helhole. Quando era pequeno e viajava com seus pais e seu irmão, essa era uma visão que lhe aquecia um pouco. Voltar para o conforto da casa, dos seus livros e dos poucos amigos que tinha na escola. Mas com o passar do tempo, aquilo tornou-se como uma chacota dirigida para ele. ''Bem Vindos à Heaven's Gate''. Era como se aquela cidade tivesse vida própria e abrisse seus braços para prender Maxwell em um abraço maldito do qual ele não queria ter parte. Porém entrou na cidade do mesmo jeito. Melissa notaria, pela arquitetura, que era uma cidade um pouco antiga. Provavelmente construída durante a expansão norte-americana para o oeste, as ruas eram feitas de concreto e eram a coisa mais nova que havia na cidade. As casas eram feitas à moda antiga, as outras construções também. Conforme dirigia pelas ruas da cidade, Maxwell suspirou e estacionou. Havia uma grande praça, com uma igreja no final dela. Estava um pouco longe, mas Melissa reconheceria que havia um pequeno e humilde cemitério do lado. A praça tinha algumas pessoas, caminhando de um lado para o outro, em geral famílias, mas havia adolescentes mais novos que eles e crianças brincando. ♙

- Só... Não se esqueça do que me prometeu - Maxwell falou, sua voz soando baixa. E ele saiu do carro. Assim que Melissa saísse também ele trancaria o veículo.

♙ Era como se o ar tivesse mudado. Na viagem até ali, os céus estavam abertos com poucas nuvens, era uma manhã boa de domingo. Porém agora o céu se fechara, com nuvens cinza-claro acima. Havia uma sensação sufocante no ar e era ainda pior para Maxwell. Ele conseguia sentir os olhares de quem o notara. Melissa certamente os notaria também. Olhares afiados, repletos de ódio e repulsa. Ele caminhou até o lado dela e segurou a mão dela. Precisava disso, precisava daquela âncora que o prendia a sua nova realidade. ♙

- Ignore. - Ele disse e pôs-se a andar. Haviam algumas crianças mais à frente e duas mulheres, de aproximadamente quarenta anos de idade, correram até as crianças e as puxaram para longe, cuspindo no chão e na direção de Maxwell no processo. - Ignore isso também. Ignore tudo.

- Era de se esperar.

♙ As únicas pessoas que não odiavam Heaven's Gate eram seus moradores, simples assim. O resto do mundo tinha um ódio incontrolável do local, as pessoas eram ruins e o local em si parecia estar amaldiçoado de tanto que o clima era pesado ali. Porém Maxwell aprendera a ignorar a maior parte disso. Era sua cidade natal, logo ele também carregava aquela marca. E quando fora mais jovem, apesar de um pouco diferente, também fora um destes repulsivos moradores. Cem por cento da cidade era cristã, não havia ninguém ali de uma religião diferente, uma vez que não eram bem vindos na cidade. Como ela continuava de pé mesmo com tanto preconceito era um verdadeiro mistério, Maxwell suspeitava das conexões do prefeito, mas nunca pôde confirmar nada. ♙

- Calma... Só... Calma. Perdoa-os, Melissa, eles não sabem o que fazem.

♙ Só de entrar naquela cidade ele acabara por retornar para a Bíblia, usando uma frase de Jesus Cristo para tentar apaziguar sua amiga. Ouviu murmúrios e começou a andar um pouco mais rapidamente. Era difícil de entender o que eles falavam, porém certas palavras ganhavam o destaque, como: Demônio, desonra, indesejado, nojo entre várias outras que claramente demonstravam o quanto Maxwell não era bem quisto ali. Com os passos apressados, eles começaram a avançar pela praça, aproximando-se da igreja. Um pouco mais a frente dela havia um pedaço de madeira que servia para os discursos do padre. Algo bem humilde. Porém a igreja? Feita de pedra, sendo claramente bem cuidada e durando diversos anos. As portas estavam abertas e ela poderia notar como a casa de Deus era luxuriosa por dentro. ♙

- É logo ali. - O rapaz apontou para a entrada singela, um portão de ferro aberto. - Ela está mais no fundo.

- Sim, é aqui.

Maxwell olhou para o túmulo de sua mãe. Mais de dez anos que ela morrera e dez anos que ele a visitava. Sempre fazia a mesma coisa, pedia perdão, realizava uma prece pela alma dela e lhe contava que nada havia mudado. O túmulo era humilde, da maneira como ela iria desejar, feito de pedra simples com o nome dela e um epitáfio escrito pelos moradores. Maxwell escrevera um, quando criança, porém os habitantes se recusaram a colocar as palavras do garoto no túmulo dela. Era até um texto bonito, exaltando tudo o que a mãe dele fora e como o mundo tinha a perder por não ter mais ela. Ao invés disso, a frase que os moradores colocaram era genérica e sem emoção alguma.


Chegava a ser um pouco insultante o quão simples aquilo era. Maxwell sentia que ela merecia mais do que uma frase que poderia ser encontrada em um cartão de aniversário genérico. Mas, era uma criança na época e não pôde discutir com ninguém sobre isso. Até tentou e seus argumentos eram os mais válidos, mas é claro que ele foi negado. Ele fora o culpado pela morte dela. Soltou a mão de Melissa e fechou seus olhos, unindo suas mãos em frente ao seu corpo, porém mantendo-as baixa. Seus olhos estavam fechados e ele parecia murmurar alguma prece. Depois disso, ficou mais alguns minutos em silêncio, já havia pedido o perdão dela e agora era a hora de contar o que acontecia em sua vida.

- Tudo segue normal, mãe. Eu e o Nathanael conseguimos nos acertar, eu não estou indo tão bem assim nas aulas de fotografia. Fiz novos amigos, pessoas boas... Queria que você pudesse conhecê-los. São pessoas maravilhosas... Eu... Eu vou ir agora. Eu te amo, mãe. - Maxwell murmurou baixo, porém Melissa conseguiria ouvir suas palavras se quisesse. Ele voltou seus olhos para ela, parecia estar fazendo esforço para não chorar. - Vamos voltar? Eu... Não tenho velas para acender e... Eles vão fazer isso depois, sempre fazem.

♙ Segurou fracamente o isqueiro de Melissa, olhando para ele enquanto a garota falava. Sorriu de uma maneira fraca. Ele realmente acertara em trazer Melissa consigo. A garota era rude, ela era violenta, ela era tudo isso. Mas ele conseguia ver o lado bom que ela possuía, aquele lado mais mole. Sem falar que... Talvez não tivesse conseguido fazer isso sem ela ali. Abraçou-a e murmurou um obrigado, soltando-a logo em seguida e abrindo o isqueiro, a chama surgindo instantaneamente. Colocou-o na frente do túmulo. Sabia que sua mãe gostaria daquele gesto. ♙

- Vem, vamos sair daqui... Já não tem mais nada nessa cidade para mim.

♙ Dito isso, ele segurou a mão dela novamente e sorriu fracamente. Não era como antes, onde seus lábios pareciam transmitir toda a confiança do mundo. Aquilo que Melissa estava vendo, era o que acontecia quando Maxwell caía. Quando a cruz era pesada demais para seus ombros aguentarem. Mas não estava sozinho dessa vez, conseguia se erguer e arrastar ela novamente, até onde fosse necessário. Estava com ela por um motivo, afinal de contas. ♙

- Você é uma pessoa muito doce, Melissa.

- Eu não estou brincando. Você realmente é uma pessoa doce.

♙ Dito isso, eles deixaram o cemitério. Ainda haviam pessoas na praça, olhando-os da mesma maneira de antes. Desta vez, entre os comentários que eles ouviam, haviam certos xingamentos e palavras de baixo calão dirigidos a Melissa também. Maxwell segurou a mão dela com ainda mais força. Os céus sabem que ele queria muito resolver aquilo na violência. Porém não o fez. Sabia que era isso que eles queriam, um motivo para jogá-lo na cadeia onde poderia apodrecer. Logo, uma criança jogou uma pedra na direção de Maxwell batendo fracamente contra a perna esquerda dele. ♙

♙ E então começou. Os comentários feitos a voz baixa aumentaram de volume e as pessoas agora gritavam. Maxwell enlaçou seus dedos nos de Melissa e começou a andar mais rapidamente, e as pessoas continuavam a xingá-lo, a mandá-lo embora e até mesmo ameaçá-lo. Alguns gritos sobre a mecânica foram feitos, mas Maxwell continuou a caminhar na direção do carro. Ao menos ele estava intocado. Não queria ter que puxar Melissa, mas faria isso se necessário. Assim que entraram no carro, Maxwell acelerou e saiu o mais rápido que pôde da cidade, certamente furando algum limite de velocidade. ♙

- Odeio aquele lugar. Se eles pudessem vir atrás de mim com forquilhas e tochas eles fariam isso.

♙ Max não moveu uma palha que fosse para silenciar Melissa, deixando-a gritar livremente contra os habitantes. Alguns se silenciaram em choque, outros gritaram com mais força e um ou outro pareceu indignado com o que ela dizia. O rapaz que chamavam de demônio, entretanto, vestia um sorriso de orgulho em seus lábios. Sabia que poderia ter acabado assim, com ela xingando todos que pudessem escutá-la. E aquilo, de uma forma estranha, o enchia de alegria. Ele não havia perdoado os habitantes, apenas escolhera culpar a burrice deles ao invés deles próprios. ♙

♙ Claro, se não se sentisse culpado por tudo o que acontecera enquanto morava ali, ele provavelmente iria agir de uma maneira muito similar a de Melissa. Mas preferia manter sua cabeça baixa e deixar que eles liberassem sua raiva contra ele. Ao menos não o atacavam... Chegava a ser estranho, falar que os habitantes não eram tão ruins assim porque se reuniam para surrá-lo publicamente. Mas Deus sabia que se eles pudessem, eles o fariam. ♙

- Vai por mim, eu tenho a mesma vontade. Se não fosse pela minha mãe, eu não voltava. - Maxwell finalmente desacelerou um pouco, o que poderia dar uma chance de Melissa colocar o cinto. - Você... Pode dirigir pra mim? Tem um hotel mais uns quilômetros, podemos passar a noite lá. Não quero ficar na estrada para chegar lá de madrugada.

♙ Não era como se pudesse simplesmente mudar o túmulo e o caixão para onde lhe fosse mais conveniente. Sem falar que isso seria uma enorme falta de respeito. Não, sua mãe amava aquela cidade, era onde nascera e crescera. Ela conseguia enxergar algo além dos problemas, conseguia ver o bem em todos os habitantes, até mesmo os mais cruéis. Maxwell queria poder ver o que ela via, pois toda vez que olhava para os habitantes, era como se eles fossem sombras que caminhavam. Não conseguia discernir um do outro, eram todos iguais. ♙

- Hum? Ah, não, não foi nada. - Dito isso, Maxwell parou o carro no acostamento e desceu, passando para o banco do carona enquanto Melissa passava para o do motorista. No painel eletrônico do carro mostrava que eram 1:00. Era cedo ainda, pensou, quem sabe eles pudessem voltar pela tarde mas...

♙ Sentia que algo incomodava Melissa. Era como se conseguisse sentir o estresse emocional pelo qual ela passava, apesar de não saber o motivo. Não queria forçá-la a dirigir nesse estado, uma vez que ele estava evitando segurar o volante por motivos similares. Recostou-se no banco e fechou seus olhos por alguns momentos e então ligou o rádio, com uma música aleatória tocando no fundo. ♙

- Obrigado por vir comigo, Mel.

♙ Ambos conheceram alguém que gostava de velocidade. Fosse numa autoestrada ou dentro da cidade, aquele rapaz gostava de acelerar a moto que tinha. Pelo dinheiro que sobrara de sua família, que sempre fora bem de vida, o rapaz de cabelos azuis acelerava a moto por todo lugar onde passava. Quebrara incontáveis leis e limites de velocidade. Mas era difícil pegar ele quando... Bem, quando não conseguia vê-lo. Mesmo com as câmeras colocadas nas autoestradas a imagem ficava tão borrada que era extremamente difícil ver a placa da moto. Vivera de maneira acelerada e morrera cedo. Não quis trazer o assunto naquele momento, não precisavam de mais uma porrada emocional. Na verdade, isso o lembrava... Precisava dar uma volta com aquela moto. Seria uma falta de respeito com o falecido amigo não fazer isso. ♙

♙ Apesar de ser bem cedo ainda, ele... Ele precisava dormir. Era por isso que estavam parando naquele hotel, na verdade. Faziam dias que não dormia bem. Praticamente toda noite ele ia para o Tabuleiro, toda noite enfrentava coisas que sua mente falhava em compreender totalmente, toda noite havia algo diferente o ferindo. Ele carregava uma enorme cruz em suas costas e... E também era arrogante para caralho. Sim, mais um motivo para se odiar. Maldito otário com um complexo de messias. Ele tinha que salvar a todos, tinha que fazer isso sozinho e precisava se comparar a Jesus em toda oportunidade possível. Devia começar a andar por aí com uma cruz de espinhos na cabeça. Não estava sozinho naquilo, apesar de certamente ser o único humano no tabuleiro. ♙

- Ah... - Um sorriso doce surgiu por um segundo em seu rosto, conforme recebia aquele carinho de Melissa. Sua cabeça moveu-se instintivamente, como se para dar mais espaço para afagos. Um pouco similar a um gato, na verdade. - Não seja tão doce assim comigo... - Seus olhos foram para o rosto de Melissa e ele disse com um tom de voz que misturava o brincalhão e o incerto. - Vai que eu me apaixono.

♙ Maxwell notara naquela noite que Melissa tendia a acreditar no sobrenatural. E era por isso que se mantinha em silêncio. Apesar do Tabuleiro ser algo que ia além do crível, algo lhe dizia que ela iria querer ir junto dele. Mas não podia. Se fosse, acabaria morrendo. E de certa forma ela já estava ajudando-o, mesmo sem notar. Haviam cartas de tarô, atribuídas para alguns amigos e conhecidos de Maxwell e Melissa era o Carro. Quanto mais forte fosse o elo, mais forte seria a carta no Tabuleiro. As cartas poderiam virar a maioria das situações a favor do Peão. E o Carro era sua carta mais forte. ♙

♙ Maxwell fechou seus olhos enquanto sentia aquele carinho. Precisava daquilo. Um pouco de afeto fazia maravilhas para o seu humor e Deus sabia que ele precisava de muito afeto. Claro, havia um limite do que poderiam fazer enquanto ela dirigia, mas quando parassem poderia ter algo a mais. E ele sentia que ela também precisava de afeto, precisava saber que alguém ali se preocupava com ela e a queria bem. ♙

- Já que não posso te chamar de doce, que tal eu te chamar de querida? - Não no sentido íntimo da palavra, que casais usavam um para o outro, mas sim no sentido de que ela agia como uma pessoa tão boa com ele... É, okay, o sentido íntimo se aplicava só um pouquinho ali. Ao ouvir a resposta dela, Maxwell ficou em silêncio por um segundo. Para Melissa, iria parecer que ela ganhara dele na própria brincadeira. Mas Maxwell... Bom, ele estava realmente considerando a opção. Mas afastou o pensamento rapidamente, não tinha como estar apaixonado. Era só atração física e amizade mesmo.Por fim respondeu, ainda um pouco incerto. - E se eu estiver? O que vai fazer?