Hall

- Já? - Deixou escapar, sem querer. Bom, não adiantava ficar fugindo do que ele queria, no final das contas. E ele queria mais da companhia de Melissa, era algo bom. Porém sabia que ela tinha algo para fazer, algo importante que envolvia os amigos dela que investigavam as pessoas que sequestraram eles - Okay.

Maxwell caminhou até Melissa e a abraçou, sabendo bem das consequências que poderiam vir por isso, com a maioria delas envolvendo muita dor física. Porém naquele momento queria passar para ela um pouco do que sentia naquele momento. Paz e tranquilidade. Sabia que ela não estava indo para um encontro que poderia ter ótimas notícias, assim como as piores notícias também eram viáveis. Portanto queria que ela fosse até Ame com um coração leve e preparado para o que pudesse acontecer. Após isso, soltou-a e sorriu tranquilamente.

- Até mais.

♙ Elos, elos, elos. Maldito seja Louis Cyphre e seus requerimentos. O homem havia lhe dito que ele deveria fazer mais elos, precisava de mais cartas no Tabuleiro. E precisava de amizades. Já tinha algumas, e eram boas. Com seus amigos mais próximos, com um amigo falecido e com um conhecido seu. E ele tinha uma fama naquela escola, sabia que ninguém em sã consciência se aproximaria dele para formar uma amizade ou mesmo para conversar. Mas ainda assim, precisava daquilo. Avançara bastante em direção da primeira efígie, mas as coisas estavam começando a ficar complicadas. Era dia 13, dois dias antes do festival que a Hanna planejara. Uma parte sua, claramente louca, queria faltar o festival e ir para o Tabuleiro, ver se conseguia avançar mais um pouco. A outra parte sua, que amava a sua amiga, lhe forçara a confirmar sua presença. O que não era ruim. Ele precisava de alguns dias de descanso mesmo. ♙

♙ Quase deu de cara com uma garota. Bom, de cara não, ela era um pouco menor que ele. Conseguiu parar antes que se chocassem, ao virarem o corredor. Olhou para ela, levemente curioso. Cabelos brancos, olhos heterocromáticos, um pouco baixinha e uma expressão neutra. Preferiu evitar pensar na beleza dela, uma vez que conhecera Lennart alguns dias atrás, no apartamento de seu irmão. Ele falara sobre ela. Mas aquele cara dava medo em Maxwell, ele sentia que só de pensar em Nymeria o parceiro dela iria saber. Maldito dinamarquês e maldita era aquela habilidade dele em intimidar. ♙

- Você... É Nymeria, certo? A na... Amiga, do Lennart. - O namoro, pelo o que ele entendera, tinha que ser mantido em segredo. Por algum motivo que ele não entendia, algo sobre o pai dela não poder saber.

♙ Sabia que ela e Lennart haviam se transferido para Blackwell e que chegaram no mesmo dia. Sabia que estavam em um relacionamento. E agora sabia que os dois eram assustadores. O que havia de errado com esse povo? Lennart lançara um olhar similar ao dela quando alertara Maxwell para não falar sobre o que os dois tinham. Mas ambos, ao darem essas encaradas, esqueceram-se de um fator extremamente importante. Maxwell não tinha com quem falar isso. ♙

- Eu... - Antes que pudesse responder, houve aquela súbita aproximação e Maxwell recuou um passo. - Olá! Bem vinda ao meu espaço pessoal como posso ajudá-la?

♙ Apesar de não se importar muito quando as pessoas ficavam muito próximas dele, era amigo de Hanna e Dante afinal de contas, havia o fator medo ali. Ela poderia ter se aproximado para observá-lo ou para lhe dar um tapa. O motivo por trás do possível tapa? Não sabia, mas aquele olhar lhe dissera o suficiente e ele sabia que ela o daria um tabefe caso ele abusasse da sorte. ♙

- Olha... Eu só falava aquele negócio sobre ser um demônio porque... Porque eu queria que as pessoas ficassem longe de mim. E funcionou. Ai eu notei que não queria ficar sozinho. Então, bom... Posso te ajudar? - Não sabia dizer o porquê de ter se oferecido. Na verdade, já haviam se encontrado antes, mas Maxwell não se lembrava. Na boate que fora atacada e pegara fogo, ela estava lá. Ele até lembrava-se dela e comentara com Melissa, mas jogara esse evento de lado para focar nos problemas que tinha no momento. E não parecia ser o melhor assunto para se trazer em uma conversa amigável.

- Se eu tivesse tudo isso eu estaria em um circo.

♙ Foi honesto, dando de ombros. Havia algo de diabólico em seu corpo, uma frase para ser mais exato. Mas encontrava-se em suas costas e ele não podia simplesmente tirar a camiseta para mostrá-la. Apesar de já ter feito isso várias vezes no passado, era uma pessoa diferente agora. E a ideia de ir para algum local onde não havia ninguém e tirar a camiseta para Nymeria lhe soava errada. E perigosa. Do tipo Lennart perigosa. ♙

- Eh, funcionou. - Deu de ombros. Funcionara até bem demais. Quem não o achava um louco, o odiava. E havia uma pequena porcentagem que eram seus amigos. - Ah, você está ajudando a Hanna? Eu acabei de mandar algumas pinturas que fiz pra ela, estou com o tempo livre. Posso ajudar de alguma maneira?

- Por difícil, você quis dizer impossível, certo?

♙ Maxwell conhecia Hanna já fazia um bom tempo e não conseguia dizer não para ela. Nunca. Ela podia pedir para ele dar um soco na própria cara e ele o faria. Havia tanta doçura nela, tanto amor pelos outros que ele se perguntava como isso era possível. A considerava uma irmã que nunca tivera. E a protegia da mesma maneira que protegia Nathanael. Haviam diversas pessoas nesse mundo que ele não queria ver feridas, e uma dessas era Hanna. ♙

- Eeeh, uma vez. Fui buscar alguma coisa pra um professor. Não lembro bem. - Dito isso, pôs-se a acompanhar ela.