- Certamente combina - Falou Maxwell, com um pequeno sorriso em seus lábios. Ele olhou para Nicolas sem o menor interesse, até uns meses atrás se alguém tivesse lhe dito que existia uma pessoa boa no mundo, ele teria rido. Mas agora sabia muito bem que ainda existia esperança, mesmo que fosse só uma ponta.
Portanto o corpo dele ser extremamente branco não era algo que o deixaria surpreso, nem mesmo os hematomas e as tatuagens. Max não tinha uma tatuagem em si, mas tinha um símbolo em suas costas que carregava, e quanto a hematomas? Bem, quando ele fosse trocar de roupa seria visível que em seu peitoral haviam várias marcas roxas e algumas que estavam até sumindo. Tudo resultado de um breve treinamento que seu irmão o obrigara a fazer, para evitar que ele fosse sequestrado novamente.
- Nah, I'm good - Falou Maxwell, parecendo não se importar com as garotas.
Maxwell fez questão de vestir o terno longe dos olhos das pessoas que estavam ali, principalmente de Nicolas. Antes ele mostraria as marcas em suas costas sem nenhum receio, porém agora a carregava como se fosse uma enorme vergonha, a escondia com ataduras bem presas ao seu corpo, para garantir que '' Servus Diabolis '' não aparecesse por nenhum motivo. Assim que saiu vestido com o terno, era claro que parte do Maxwell antigo estava voltando, principalmente pelo sorriso que ele trajava.
- Bem, eu acho.
Nicolas Gattile Estudante
Mensagens : 43 Data de inscrição : 10/12/2017 Idade : 34 Localização : Na boate mais suja
- Now that’s a smile! - Nicolas riu e levou Max ate a porta.
- O carro já está aqui! - eles saíram e havia um Lamborghini Roxo estacionado. Não havia sinal do pussy Wagon. Dois seguranças esperavam ao lado do carro, e Nicolas balançou as chaves na frente do rosto de Max. - Quem quer dirigir? - ele cantarolou e gargalhou quando Max pegou as chaves da sua mão. Com a música alta, eles subiram no carro com algumas belas garotas e aceleraram pelas ruas de Windfall.
Musica de fundo:
Assim que pararam na frente da boate, um valete já se ofereceu para levar o carro, e as meninas ladearam Max assim que ele desceu, o que deixava ele à altura dos hustlers que frequentavam. Aquela era uma das melhores boates da cidade, e um tapete vermelho estava estendido no caminho para eles, e pessoas tiravam fotos e gritavam como se eles fossem celebridades.
- Andiamo, Maxy!! - ele chamou, e Max podia ver um letreiro neon que dizia “BLOODBATH”
Max perceberia que a segurança do local era bem parecida com os caras que os escoltaram, mas como Max nao conhecia muito da cidade, tudo parecia bem. Nicolas entregou os tickets e eles entraram, encontrando um maravilhoso inferninho dentro. A música era boa e alta, e drinks foram trazidos até eles.
Muitos nomes importantes da cidade estavam ali também, mas Nicolas não se importava. Levou Max até um grande sofá, e os seguranças expulsaram quem quer que estivesse sentado ali antes.
Nicolas se sentou com as duas garotas ao lado, mas logo se virou para Max, sorrindo.
- Ja estamos nos divertindo??
Maxwell Watson Estudante
Mensagens : 644 Data de inscrição : 27/07/2017 Idade : 24 Localização : Windfall
Max pegou as chaves da mão de Nicolas por um único motivo, ele sabia que por mais que gostasse de dirigir igual a um maluco, era preferível ter ele segurando o volante do que seu companheiro de cabelos verdes. E também porque adorava Lamborghinis. A velocidade exercida pelo carro era notável, já que o rapaz não tinha planos de ir devagar com aquele carro. Não, ele estava indo para uma festa. Ou seja, estava indo beber e ele não podia deixar a bebida o esperando por tanto tempo assim. Passou por sinais vermelhos, ultrapassou carros e chegou deixando marcas das rodas na frente da boate.
Desceu do carro e jogou as chaves para o valete, puxando seu celular logo em seguida e mandando uma mensagem para seu irmão, alertando-o de onde estava. Podia estar voltando a sua loucura de antes, mas ainda havia um pingo de decência nele que o fazia lembrar dos pedidos de Nathanael. Ele deveria avisar seu irmão sobre os locais que estava.
- Pensei que não falasse italiano - Falou, logo após Nicolas pronunciar seu '' Andiamo ''. Pois bem, se aquele rapaz queria esconder algo sobre ele, não havia problema algum. Assim que entrou no local, seus olhos o analisaram completamente. Um costume que pegara com o tempo, ele jamais entrava em uma festa sem tentar avaliar o nível de perigo que esta o oferecia. E por mais que estivesse com seguranças, havia algo que o avisava que não estava nada seguro - Só vou começar a me divertir depois que começar a beber.
Nathan Prescott Estudante
Mensagens : 104 Data de inscrição : 24/07/2017 Localização : Windfall City
Assim que adentraram aquela parte da boate, havia uma voz que se exacerbava por entre as demais. Não, talvez ela só se destacasse aos ouvidos de Maxwell. Os holofotes coloridos provocavam uma enxurrada quase epilética de cores ao baterem contra os globos espelhados que se penduravam por toda parte. No entanto, um aglomerado de adolescentes que seguiam perfeitamente o código de vestimenta daquele lugar formavam um grupinho que se unia perfeitamente debaixo de uma das muitas divisões VIPS no andar de cima. Todos sentavam confortavelmente sobre um grande sofá de couro brilhoso, logo abaixo de um letreiro que indicava um vocativo tão conhecido(e igualmente odiado) para os estudantes de Blackwell Academy:
VORTEX CLUB
Eles riam, todos aparentemente confortáveis em seus sapatos caros e roupas da moda, desfrutando dos champanhes mais caros, que já se estendiam em inúmeras garrafas na pequena mesa à frente deles sobre um bonito carpete vermelho e felpudo. Algumas meninas da boate se uniam ao grupo e, com isso, saíam instantaneamente com dinheiro enfiado em suas roupas íntimas pelos garotos do clube. Ainda assim, todos eles pareciam manter suas principais atenções em um rapaz em especial que discursava uma grande e aparentemente muito engraçada história. Este rapaz era o único de pé, com uma garrafa de Jack Daniel's pela metade na mão, trajando um blazer vermelho sutilmente brilhante por cima de um cardigan de mangas compridas preto, jeans igualmente escuros com um toque aveludado e botas de couro brilhantes. Seus cabelos eram cor de mel, levemente ondulados e penteados para trás umedecidos com gel, embora deixasse um fio cair em diagonal por sua testa.
- Dude, eu não acredito. Três de uma vez? Você tá brincando, Nathan!- disse um rapaz negro, que tinha uma garota abraçada a cada lado.
- Eu falo sério, dumbass. Eu arrebentei aqueles três! Principalmente a feminazi, aquela Carter devia passar o resto da vida numa cadeira de rodas por causa do estrago que eu fiz no joelho dela, a sorte é que eu fui bonzinho.
O resto do clube riu e Nathan continuou, aparentemente se divertindo muito:
- Ah, cara, vocês tinham que ver aquele idiota do Watson... ele tem uma marca bizarra nas costas, "Servus Diabolis". Quer dizer, dá pra acreditar? O pai dele fez dele uma piada, não eu! Ele estava lá todo encolhido, quase peladão de cueca e dizendo "boo-ho, Nathan, desculpe por ser tão babaca, eu sei que você é verdadeiro demônio!" e depois ele se mijou todo. Foi nojento, pra ser sincero.
Eles riram e o assunto principal se tornou falar mal de uma tal de Melissa Carter e Watson.
- Eu vi eles dois no refeitório esses dias. Freaks! - uma menina comentou. Ela também estudava em Blackwell.
- E aquela Hannah? Cara, boazinha demais pra ser verdade. Gente perfeitinha demais é porque tá esperando pra ser quebrada no meio. O Nathan devia ter comido ela.- comentou Zachary, por acaso o capitão do time de futebol da faculdade.
Nathan semicerrou as vistas, fazendo um "psst" repreensivo para o jogador.
- Olha só, faggot, eu não falei de Hannah com você. Então cala essa sua boca estúpida... ah é, eu já volto. Vou no banheiro.- essa última parte ele disse para o grupo em geral e então se desuniu dos adolescentes, que logo o ignoraram para se ater a suas próprias ladainhas.
Nathan passou pelas pessoas, desceu um lance de escadas até chegar na pista de dança, o qual um dos garçons que serviam drinks foram direto ao encontro de Nathan. Mas aquele homem não lhe ofereceu taças de whisky... Foi Nathan quem entregou algo a ele. Era dinheiro, um rolo grosso e enrolado. Então, o garçom assentiu com a cabeça com um sorrisinho e pareceu colocar algo dentro de uma das taças. O garçom atravessou a pista de dança, sendo observado estritamente pelo Prescott. Chegando próximo ao balcão do barman, o homem e sua bandeja se dirigiram a uma garota franzina, que tinha cabelos loiros channel e ia contra todos os códigos de vestimentas do lugar, trajando um folgado moletom preto e calças jeans mórbidas. Na verdade, era até uma incógnita como ela tinha conseguido entrar ali. Mas ela parecia solitária e triste. Tinha um rosto inocente, olhava para o nada, e sua atenção foi puxada apenas pelo barman, que a ofereceu a taça violada. A pequena menina agarrou-a enquanto o barman se despedia e olhou o vinho por alguns segundos. Nathan a assistia de longe, logo no canto do salão. E assim ele permaneceu...
Nicolas Gattile Estudante
Mensagens : 43 Data de inscrição : 10/12/2017 Idade : 34 Localização : Na boate mais suja
- Culpado, vossa excelência! - ele gritou em resposta à observação do rapaz. Ele esperava que Len ficasse menos observador ao longo da noite.
- HAhaHahaHahahHahah! - ali dentro a risada de Nicolas nem parecia tão espalhafatosa. - VOCÊS OUVIRAM O HOMEM!
Ele gritou para uma das meninas que os abraçavam e uma delas foi até o balcão, e estava provavelmente alterada das drogas e acabou esbarrando na garota com a taça na mão e derrubando a bebida em seu suéter preto antes que ela bebesse. As duas se desculparam e os olhos de Nicolas pararam sobre a garota deslocada.
- Hey, Cherry! - ele gritou, e a mocinha que os acompanhava olhou. - Traz ela pra cá!
A mocinha não queria ir, mas Cherry a puxou, garantindo que estava tudo bem.
Nicolas se levantou ao vê-la mais de perto, e pela primeira vez pareceu menos amedrontador. Tirou o paletó prateado e entregou para Cherry, ficando so com a camisa vermelho escuro enquanto as menina se formavam quase que uma parede entre o grupo de Nicolas e o resto do público, como se soubessem o que viria a seguir.
- Qual é seu nome, pumpkin?
Ele sorriu ao ouvir a resposta tímida.
- Desculpe por isso, sim? Acho que é melhor você trocar de roupa. We don’t want to get dirty, do we?
A frase, carregada de duplo sentido, fez a garota sorrir. Nicolas não era alguém feio. A pele clara e o visual chocante eram diferentes, mas havia algo nele, algo como um imã que atraia as pessoas. Ele era interessante, hipnotizante, e as pessoas geralmente percebiam isso com poucas palavras. Ele tinha um jeito de mudar os outros, torná-los mais como ele, como se sua loucura fosse contagiosa.
Ele acariciou o rosto dela e desceu as mãos, levantando a barra do suéter. Ela olhava para ele com uma cara impressionada, mesmerizada. Não ofereceu resistência quando ele levantou o suéter revelando seus par de seios redondos e empinados, aproveitando o tempo que o rosto dela ainda estava coberto para olhar para Max com uma cara de “Você tá vendo o que eu to vendo?!”
Assim que tirou, ela cobriu o peito com as mãos, ate que uma das meninas colocou o paletó de Gattile nela. Ele fechou um botão apenas e sussurrou algo no ouvido dela. Ela se sentou ao seu lado a partir daí. As outras meninas não pareciam afetadas, apenas continuaram a rir e brincar com os dois. Uma delas trouxe uma dose dupla de Whisky para Max, entregando com uma piscadinha.
(MUDEI DE IDEIA QUERO ESTAR COM O TERNO DO JARED LETO NO ESQUADRÃO SUICIDA)
Maxwell Watson Estudante
Mensagens : 644 Data de inscrição : 27/07/2017 Idade : 24 Localização : Windfall
Maxwell tinha se levantado e ido até o DJ que tocava e, tirando um maço de notas de 100, ele pagou-o para que tocasse uma música específica. De começo, o povo da boate certamente estranharia a música, uma vez que começava com sirenes tocando. No segundo tocar da sirene, Maxwell presenciou toda aquela cena com Nathan. Ele sabia que o rapaz estaria ali, teria estranhado se ele não estivesse, mas ele esperava que Nathan tivesse aprendido com seus erros, que após ver o que quase havia feito com Hanna tivesse deixado de lado toda aquela situação com a Dark Room e bonecas humanas.
- How sadly mistaken you were - Falou a voz de Ishmael, ecoando em seus ouvidos - Então, o que me diz? Devemos ensiná-lo uma boa lição?
Maxwell estava sentado ao lado de Nicolas, sem notar que ele acabara de salvar a vida daquela garota - Oh, it's payback time.
Dito isso, levantou-se e ajeitou seu terno, caminhando disfarçadamente até o garçom que tentara servir a bebida alterada para a garota, com um movimento rápido e fluído ele retirou o rolo de notas do bolso do homem, sem que o mesmo notasse e o atirou contra Nathan, como se esse fosse um dardo. O maço de notas atingiu a testa do rapaz, em cheio e um sorriso expandiu-se nos lábios do rapaz. Ah, mas aquilo não era como a antiga máscara que ele usava, quando fingia que era louco. Não, aquele era um sorriso real, repleto de maldade e intenções que fariam até mesmo a pessoa mais corajosa encolher-se e correr.
- Hey there, fuckboy! - Falou Maxwell, parado na distância, sorrindo para Nathan - Sentiu minha falta? - Ele começou a caminhar na direção do rapaz, abrindo seus braços ao lado de seu corpo - Venha aqui, me dê um abraço. Ou precisa me drogar para fazer isso? Ou, melhor ainda, precisa de uma arma?
Continuava a caminhar, seus passos lentos e firmes, tão tranquilos que ele parecia caminhava pelo parque. Da última vez, não pudera por as mãos em Nathan, os vigilantes malucos não deixaram. Mas se tivessem deixado, certamente Nathan não estaria podendo falar tanto assim. Ossos quebrados seriam o mínimo.
- Então, como vai ser? Arma, droga, ou choro? Lembro-me bem que você estava quase chorando da última vez.
Nathan Prescott Estudante
Mensagens : 104 Data de inscrição : 24/07/2017 Localização : Windfall City
- You fucking cunt!- Nathan rosnou ao ver a garota drogada da boate esbarrar na frágil menina, derrubando o conteúdo que havia na taça e tornando-o praticamente inútil.
Ele mostrou-se completamente irado. O plano havia ido por água abaixo e isso era inaceitável. Ele sabia bem o quanto era inaceitável. O rapaz acompanhou com os olhos para onde Cherry retornava e pareceu surpreso ao ver que a stripper levava a menina consigo. Ele não viu Maxwell no grupo, afinal ele se afastado dali.
- Courtney. - foi a resposta tímida da menina para Nicolas. Ela sorriu com as palavras dele, um sorriso quase robótico, como se ela não tivesse o costume de fazê-lo. Suas mãozinhas pequenas ainda estavam enfiadas nos bolsos de seu moletom escuro, agora completamente molhado pelo vinho e pelo boa noite cinderela, é claro, e ela encarava Gattile mesmerizada, como se não esperasse estar tão próxima de alguém como ele naquela noite, embora isso fosse contraditório ao fato dela estar num lugar como aquele. Paralisada, ela assistiu quando ele puxou a barra de seu casaco. Foi quando ela foi forçada a colocar as mãos ao lado do corpo. A menina não reclamou, seguindo-o com o olhar, suas íris brilhantes e muito azuis, ela tinha olhos grandes e rodeados de cílios finos que acompanharam tudo, quando as mãos do mafioso erguiam-se cada vez mais, até que a visão dela foi parcialmente coberta pela própria roupa, que foi finalmente arrancada de si. Só então ela tomou um pequeno susto e pareceu tentar cobrir seus seios, mas sentiu o paletó ser encaixado em seu pequeno corpo. Aquilo abarcou-a como um vestido com o dobro de seu tamanho. A sorte é que ela usava calças jeans e all-stars surrados. O que ele sussurrou no ouvido dela a deixou paralisada por alguns momentos. Suas bochechas pálidas ganharam um rubor breve, mas ela engoliu em seco, tentando controlar a sensação e sentando-se ao lado de Nicolas. Os olhos dela eram estatelados, como se ela tivesse acabado de sofrer alguma lavagem cerebral ou tivesse recebido um choque muito grande. As palavras de Nicolas a deixaram daquela forma. E assim, quieta, ela se manteve... até que seus olhos encararam Nathan Prescott do outro lado do salão.
Nathan paralisou. A menina tinha olhado diretamente para ele como se soubesse de seu plano o tempo inteiro, descascando-o com um olhar. Ele sabia o que aquele olhar significava. Sabia o que tinha que fazer. Mas ele não teve tempo. Algo atingiu o meio de seus olhos e ele piscou, aquilo doeu. Quando abaixou o rosto para ver o que diabos era aquilo, viu seu rolo de dinheiro... E então a voz chamou sua atenção.
- W-Watson... que porra você faz aqui?- ele engasgou, engolindo em seco, enquanto aquela música nova começava a tocar. Nathan deu alguns passos para trás enquanto o rapaz avançava, como se estivesse vendo um fantasma. Ele não acreditava, não podia acreditar que Maxwell Watson estava ali e sentia as intenções assassinas dele emanando daquele sorriso horroroso. O Prescott tentou manter distância, mas esbarrou em pessoas o suficiente até que suas costas batessem contra um pilar no saguão. Então, sua reação foi levar a mão até o coldre da calça, em suas costas. Sim, ele provavelmente tinha uma arma ali... como sempre.- Eu vejo que, ao contrário de mim, você sim sentiu minha falta, asshole.
Ele engoliu em seco mais uma vez, rosnando:
- Stay fucking away, bitch!
Nymeria Lindberg Estudante
Mensagens : 474 Data de inscrição : 26/09/2017 Idade : 23 Localização : Windfall
Nym estava detestando aquele lugar. Ela não era a pessoa mais sociável que existia no mundo, é claro. Muita gente, bebidas e drogas a vontade, apesar de serem normais em seu convívio, dada sua posição social, não eram de seu agrado. Ainda assim, ela tinha o trabalho de mostrar-se menos entediada do que estava, os cotovelos apoiados no balcão enquanto tomava um drink. Um drink comum. Naturalmente, dopar Nymeria usando bebidas era algo praticamente impossível. Não que qualquer idiota optasse por esse meio para lidar com ela. Não mesmo... para lidar com Nymeria Lindberg era preciso, no mínimo, uma boa arma. Ou uma técnica de luta de qualidade. Ou um plano impecável.
Ela olhou apaticamente para sua parceira da vez, Leah. Depois, tomou um gole da bebida alcoólica, tentando afogar a vontade de não estar ali, contrastando com suas verdadeiras intenções. Nymeria estava caçando. Não fora difícil para a mesma adentrar aquela balada. Se quisesse, poderia apenas sentar-se com os babacas escrotos do Vortex Club lá em cima, ela tinha influência o suficiente para aquilo, apesar de ter chegado a academia a poucos dias. Afinal de contas, ainda que não esbanja-se isso para todo mundo ver, como os ditos babacas faziam, ela era rica. E era bonita. A beleza exótica dela chegava a ofuscar a maior parte das garotas no local. Na verdade, aquelas duas faziam uma dupla graciosa aos olhares alheios. Leah por si só já era estonteante, a ponto de chamar a atenção de tanto rapazes quanto garotas.
O grande problema nisso tudo era que os serviçais de Shadow sabiam da identidade de Nym. Ela não tentava escondê-la, e mesmo que o fizesse, aquela aparência dela punha facilmente tudo a perder. Então, ela agiu como alguém que fora ali apenas para se divertir e curtir a noite. Não levara suas inseparáveis espadas - a prova viva de que estava procurando por algo - e limitara-se a encher suas vestes com cápsulas de veneno e adagas curtas o suficiente para passarem despercebidas. A ida até aquele antro estava testando sua paciência mais do que o normal, ela estava prestes a dar o fora quando a voz de Nathan sobrepujou a música e ele começou a falar sobre seus feitos.
Nym não sabia se ele era idiota, se ele não sabia da presença dela ou se simplesmente era... um idiota. Bom... ele certamente era um boçal, detalhando o rapto que perpetrara para seus amigos, desconsiderando que haviam pessoas na cidade caçando Shadow. Aliás, caçando qualquer capanga dele. Era uma sorte para o rapaz que Beyond Darkness tivesse explodido em um dos balcões da máfia municipal, ele certamente faria com Nathan algo muito pior do que Nymeria estava pensando em fazer. Ela realmente detestava aquele tipo de pessoa.
- Parece que é o nosso cara. - ela inclinou-se em direção a Leah e murmurou muito próximo a seu ouvido, para que ninguém mais pudesse escutar. O gesto parecia o de uma garota flertando com outra, o que certamente faria Leah zombar dela mais tarde (ou aproveitar-se da situação), mas Nym sabia definir bem suas prioridades. Ela precisa por a mão naquele garoto. Mas aquele era considerado o território dele... tinha de agir com cautela.
Nathan podia ser um idiota, alguém que só conseguia fazer o serviço após drogar aquelas meninas. Mas haviam muitas pessoas lá dentro. E não duvidava que entre elas houvessem aliados dele, com os quais precisaria dar um sumiço depois.
- Filho da puta... - mais um murmúrio surgiu quando viu ele comprando o garçom para drogar mais uma garota. Mesmo assim, Nym não se movimentou um milímetro sequer. Ela acompanhava os acontecimentos com o canto dos olhos, demonstrando desinteresse. Mas havia muitas coisas a reparar. Os outros dois rapazes que acabaram de chegar, ambos peculiares de alguma forma. O encontrão que uma das meninas da boate dera naquela que seria uma possível vítima... óbvio demais a seus olhos. E então o deslocamento de um dos rapazes da dupla recém-chegada, o de cabelos negros e olhos azuis, em direção a Nathan. Isso fez com que um sorriso vago surgisse nos lábios delicados.
- Maxwell Watson.
Ela conhecia a identidade da maior parte das pessoas presentes ali. Vira por si mesma, investigara-os, recebia também informações de Leah e Len quando não as conseguia em primeira mão. Nymeria estava no território inimigo, mas conhecia-o quase como se fosse seu. A única pessoa improvável que adentrara aquele espaço fora justamente o rapaz que viera com Maxwell. Ela não o conhecia. Talvez tivesse chegado à cidade fazia pouco tempo. Havia algo nele que deixava-a incomodada... algo que gritava-lhe que aquela pessoa era um problema. Cada coisa a seu tempo, lembrou-se. Sua única movimentação foi tirar uma pequena seringa de suas vestes. Quando o garçom que falhara em dar o drink batizado para a garota passou por si, Nymeria picou-o timidamente com a agulha. Fora tão rápido que pareceria mais uma picada de inseto, o que considerando o calor que fazia, não podia ser descartado. Mesmo que o homem olhasse para ela, apenas veria uma garota rodando distraidamente seu coquetel e conversando com a parceira, que para os ocupantes do recinto poderia ser uma amiga, uma amante ou até mesmo uma namorada, de maneira casual.
- Entende o que estou dizendo? É um absurdo. Ele simplesmente é o pior pai do mundo!
Não que aquilo fosse uma mentira. Mas Nym não saia argumentando isso pra qualquer um, é claro. Ela ignorou a presença do garçom, agora com um veneno letal nas veias, e quando este seguiu seu caminho, voltou a atenção para o local onde Max e Nathan estavam. Questionando se deveria interferir ou não... Talvez deixasse aquilo rolar para ver o que acontecia. Mas é claro que teria uma conversinha com Nathan de um jeito ou de outro. E aqueles que eram mais chegados a ela sabiam muito bem o quão agradáveis eram as conversas que Nymeria iniciava.
Lennart Estudante
Mensagens : 304 Data de inscrição : 25/09/2017 Idade : 24 Localização : Windfall City
Para Leah, tudo ali era tão familiar que chegava a ser monótono. Quantas missões não haviam se passado em locais como aquele? Várias, sem sombra de dúvida. Normalmente boates como aquela terminavam repletas de corpos, com a música ainda tocando, provavelmente para fazer os fantasmas dessas pessoas dançarem. Não é como se ela odiasse aqueles locais, porém depois de um certo tempo esse tipo de festa começava a ficar entediante, tudo ficava tão... previsível. Ter que se separar de suas Wakizashis já fora algo que ela não aprovara, normalmente conseguia convencer algumas pessoas que trabalhavam no local para levar uma mochila para dentro, alegando que eram drogas ou algo do tipo, quando elas na verdade escondiam as suas duas leais espadas.
Seus olhos vermelhos estavam dançando pelo local, procurando alguma pista ou melhor ainda, alguma vítima. Porém nada estava aparecendo ainda, nada que não fosse o costumeiro adolescente embrigado ou drogado. Ela tomou um gole do uísque que havia em seu copo, e voltou seu olhar para Nymeria. Quando o Imortal lhe falara que ela deveria trabalhar com ela, um misto de emoções atingiu Leah. Ela realmente desejava entender o por quê daquela garota ter conseguido cativar Lennart, porém também sabia que a qualquer sinal ela poderia ser afastada, já que as duas não se conheceram em circunstâncias favoráveis.
Ah, sim, Prescott. Ela o vira algumas vezes na Academia, mas fora inteligente o suficiente para passar por ele sem ser notada. Sabia muito bem das ligações que aquele rapaz tinha e sobre como estava trabalhando para Shadow. Se ele tivesse notado ela, provavelmente teria tentado drogá-la e raptá-la. Algo que não iria funcionar e provavelmente acabaria acarretando na morte do rapaz. Por mais que estivesse '' bebendo '', o máximo que fazia era tomar um rápido gole de seu uísque, enquanto o resto das vezes ela apenas levava o líquido até seus lábios, fingindo beber.
- Quem? - Questionou Leah, ao ouvir Nymeria falar sobre Maxwell. Ela estivera tão ocupada garantindo que Dante estava bem que não tivera tempo para ler o resumo que Lennart fizera sobre as pessoas da Academia Blackwell. Nymeria poderia notar o visível espanto no rosto de Leah quando a mesma viu Maxwell - Nate? - Ela piscou algumas vezes - Não. Não é ele. Então esse é o irmãozinho dele...
Quando Nymeria deu uma leve picada no garçom com seu veneno, Leah teve que soltar uma gargalhada, o que casou muito bem com o comentário dela sobre seu pai.
- Ah, sei muito bem como é. O meu também é um porre - Dito isso, ela abaixou sua voz e aproximou seus lábios do ouvido de Nymeria - Acho que o Watson vai atrapalhar os seus planos. Pelo rosto dele está na cara que ele vai matar o Nathan.
Leah:
Nicolas Gattile Estudante
Mensagens : 43 Data de inscrição : 10/12/2017 Idade : 34 Localização : Na boate mais suja
Nicolas observou a movimentação de Max acontecer e deixou o sorriso crescer.
- Então esse era o motivo da longface?
Se levantou e ofereceu uma mão para Courtney, se aproximando um pouco dos dois rapazes mas ainda manteve a distância. Passou o braço pela cintura da garota e analisou Nathan.
Jovem, fútil e burro. Muito burro.
A música era contagiante e a maior parte das pessoas próxima semana já havia desviado a atenção para os dois rapazes e o palhaço estava Epronto para um ótimo show.
- HAHAHAHAHA O que temos aqui, Maxy?
Os olhos verdes e psicóticos de Gattile se prenderam em Nathan e ali ficaram.
Maxwell Watson Estudante
Mensagens : 644 Data de inscrição : 27/07/2017 Idade : 24 Localização : Windfall
- Qual o problema, Prescott? Viu um fantasma? - Perguntou Maxwell, ainda dando passos lentos.
Ele sabia que Nathan poderia estar armado, mas isso não assustava. Nem um pouco. Talvez fosse a raiva borbulhando, talvez fosse aquele tipo de estupidez que faz um homem desarmado avançar contra uma pessoa que tem uma arma. Ou talvez, fosse o fato de Ishmael estar com a sua mão no ombro de Max. É claro que um demônio tiraria proveito daquilo. Maxwell não notava, não, ele só tinha olhos para Nathan. Mas Ishmael o influenciava, fazendo com que ele tivesse ainda mais ódio dentro de si, que colocasse ainda mais força em seus socos e chutes. No geral, Maxwell estava sentindo-se bem. Muito bem.
- Ah, é claro que eu senti sua falta. Como que eu posso socá-lo sem nem ao menos vê-lo?
Talvez fossem as luzes do local, com suas várias cores dançando por todos os cantos. Mas os olhos de Maxwell brilharam em vermelho por um único momento. A música mudou, o DJ ainda seguindo a lista que Maxwell lhe passara, a batida era forte e seguia um ritmo contagiante. Nathan ainda estava escorado contra a pilastra e agora Maxwell estava próximo. Bem próximo. Perigosamente próximo. Era como se o tempo tivesse parado, as palavras de Nicolas não chegavam aos ouvidos de Maxwell. Ele só conseguia ver Nathan, e tudo o que sentia era raiva. Não pelo o que fora feito consigo, mas pelo o que ele falara sobre Melissa. E sobre o que quase acontecera com Hanna. A pobre garota provavelmente se sentiria mal se soubesse que fora o motivo de uma briga entre os dois. Mas, naquele momento? Foda-se.
Nova música:
A movimentação de Maxwell foi rápida. Aquele rapaz escondia muito debaixo dos panos. Por fora poderia só parecer ser um rapaz melancólico e um pouco louco, mas até mesmo ele não era louco o suficiente para entregar tudo o que sabia fazer em um primeiro momento. Maxwell era um lutador hábil e experiente, treinado pelo seu próprio irmão que provavelmente era um dos melhores lutadores no quesito mano-a-mano. Antes mesmo que Nathan conseguisse puxar sua arma, se é que ele tinha uma, Maxwell colou nele desferindo vários socos contra o rosto do rapaz e em seguida socando-o no peito e voltando a golpeá-lo com um cruzado direto no rosto, fazendo com que o rapaz fosse contra a parede.
Aproximou-se e segurou o rapaz pelo ombro com sua mão esquerda, enquanto com a direita dava dois socos precisos na barriga do mesmo, fazendo com que ele se abaixasse de dor e com a clara falta de ar. Em seguida, um soco cruzado com sua mão esquerda fizeram com que ele se afastasse do rapaz, provavelmente dando um encontrão em algumas das pessoas mais próximas. Nym notaria, afinal já vira Lennart lutando com as mãos uma vez, que o estilo de luta de Maxwell era extremamente similar ao dos assassinos da Casa. Não. Não era só similar. Era idêntico.
- Ora essa, Prescott. Vamos, revide.
Nathan Prescott Estudante
Mensagens : 104 Data de inscrição : 24/07/2017 Localização : Windfall City
- Eu...- ele estava prestes a dizer algo que não era verdade, mas é o que uma presa encurralada faz diante do predador; tenta parecer maior do que realmente é.- Devia ter matado você quando tive a chance.
Talvez naquele momento fosse um arrependimento verdadeiro simplesmente por conta do desespero, mas quantas chances realmente Nathan teve para acabar com a vida de Maxwell? Muitas. Na noite do sequestro, Watson, Melissa e Hannah estavam exatamente sob suas mãos, sob suas decisões. E ainda assim, mesmo que o artigo principal fosse apenas Hannah, Nathan sequer teve a coragem de deixar Maxwell na rua atrás do VA-11. Ele só teria matado alguém naquele dia por ser estupidamente manipulado para isso, não porque simplesmente queria. O Prescott não tinha culhões para assassinato e aquilo já não era mais novidade, de forma que suas ameaças ali deveriam soar mais como piadas para Maxwell.
- Fique longe ou e-eu vou matar você hoje, Watson. Get the fuck out of my face!- ele disse quando o olhar do outro rapaz pareceu se transformar, mas já era meio tarde. No momento seguinte, Watson estava muito perto.
Tudo o que Nathan conseguiu fazer antes do primeiro golpe foi olhar por cima do ombro de Max, fitando Nicolas quando este se aproximou e, principalmente, a garota que o acompanhava. Com todos tão concentrados na tensão da pretensa briga, talvez ninguém tenha visto o gesto que ela fez. A menina levou sutilmente o indicador da mão livre aos lábios e o assoprou brevemente, sem deixar de encarar o Prescott. E, quando o primeiro soco estalou, ela apertou a mão de Gattile com força.
Nathan não teve tempo de puxar sua arma. Maxwell era simplesmente muito rápido. O primeiro golpe contra seu rosto foi seguido de combos naquela mesma região e o rapaz colou contra a pilastra, sem conseguir escapatória. O acerto em seu peito fez com que ele respirasse com força, o ar faltando de repente até que o outro golpe em sua face arrancou-lhe de forma sangrenta dois dentes...
O Prescott cambaleou para o lado, finalmente desencostando da pilastra. As pessoas ao redor olhavam embasbacados e os membros do Vortex Club na ala VIP lá em cima simplesmente assistiam a bunda de Nathan Prescott ser completamente massacrada por Watson e o máximo que eles fizeram diante daquilo foi ligar o celular para filmar cada detalhe que podiam conseguir. Não havia ninguém ali dentro que fosse amigo de ninguém, é claro. Nathan conseguia ser odiado tanto por um lado quanto pelo outro.
- Para, por favor! Para!- ele clamava, choramingando, mas mal havia intervalo para ser ouvido.- ME DEIXA EM PAZ, MAX! POR FAVOR!
Mesmo cambaleando, ele foi forçado a manter-se de pé porque Maxwell segurou seu ombro e os golpes contra seu estômago o fizeram literalmente vomitar sangue. Mais um dente foi expelido para fora e o soco a seguir entortou seu nariz de uma forma grotesca, um estralo agoniante partindo dali. Nathan foi empurrado contra várias pessoas, mas todas elas gritaram, desviando dele e foi quando ele finalmente foi ao chão. Com o rosto desfigurado, um olho mais baixo que o outro, o nariz quebrado e sua boca se enchendo de sangue por conta dos dentes arrancados, foi só ali que ele conseguiu puxar a arma... E, com a mão trêmula, a apontou para Maxwell, fitando-o com a face quase irreconhecível depois daqueles golpes tão bem treinados.
Miras vermelhas imediatamente pairaram sobre Nathan. Os seguranças da boate mandavam-no abaixar a arma, estavam prestes a atirar e assim o objetivo de Nymeria iria por água abaixo naquela noite... porque Nathan não parecia que iria largar a arma daquela vez. E, mesmo naquela situação, Nathan esboçou um... sorriso? Foi como se ele engolisse todo o desespero. Foi como se engolisse toda a dor. E até mesmo estivesse aliviado com as miras dos revólveres por todo seu corpo. O Nathan que Maxwell Watson conhecia jamais seria capaz de fazer aquilo. Mas o Prescott estava sorrindo, sim.
-... Está feliz?- ele indagou, até mesmo sua voz era quase irreconhecível naquele momento, embargada, estalada. Nathan engatilhou o próprio revólver. Estava prestes a atirar.- Está feliz, Watson? Em ser apenas mais uma peça do tabuleiro outra vez?
Os seguranças mandaram-no largar a arma a última vez. Estavam prestes a atirar contra Nathan Prescott.
Nymeria Lindberg Estudante
Mensagens : 474 Data de inscrição : 26/09/2017 Idade : 23 Localização : Windfall
Nymeria franziu o cenho pra Leah quando ela mencionou o tal Nate. Lógico que não poderia conhecê-lo, ela só sabia sobre Max e que este deveria ter um irmão gêmeo. Mas era um fato que, sendo conhecido da outra garota, o tal Nathaniel Watson não deveria ser alguém comum. E isso ficou ainda mais óbvio quando Max partiu para cima de Nathan, passando a surrá-lo. Aquele método de lutar era... muito, mas muito conhecido por seus olhos. Poderia ser apenas uma coincidência, mas havia uma possibilidade de Nate fazer parte da Casa?
Nym não acreditava em coincidências. A maioria das suas observações chegavam a um ponto certeiro. Independente do irmão de Max fazer parte da Casa ou não, a garota tinha outras coisas para se preocupar. Ela suspirou, tomando outro gole do drink, embora seu corpo parecesse relaxado ela estava pronta para intervir caso a situação piorasse drasticamente.
- Ele não vai. - foi tudo o que disse, antes de frisar. - Não enquanto nós duas estivermos aqui. Muito embora eu estou realmente tentada a deixá-lo morrer.
É claro que a moça sabia que todos tinham suas razões. Mas haviam coisas que não deviam ser perdoadas, também. Independente disso, de acordo com suas fontes, Nathan Prescott tivera uma segunda chance. O tal rapto que perpetrara com três estudantes - entre eles o próprio Max - aparentemente dera bastante errado. Uma organização particular famosa se envolvera, assim como um policial disfarçado. Era de se esperar que após esse fiasco e umas ameaças de morte, o rapaz tomasse jeito. Mas então, ela vira a tentativa de drogar aquela garota. Ainda que aquela pessoa não parecesse tão santa quanto deveria, nada justificava o tráfico de humanos. Principalmente quando estas pessoas corriam o risco de serem convertidas em brinquedo sexual semi-morto.
Outrora, seu pai pensara - e tentara - ampliar um pouco a influência de sua família com a criação de bonecas humanas. O máximo que ele conseguira fora dois filhos sabotando-o de tal forma que nenhum artigo foi de fato criado, e o prejuízo que recebera não valia a insistência no plano. Ou talvez ele simplesmente tivesse chegado a conclusão insatisfatória de que precisaria aturar Nymeria Lindberg e Alessa Darkness gritando com ele. Alessa, certamente, por ele estar querendo competir com ela.
Nym continuou observando silenciosamente aquela confusão, agora todos os olhares deveriam estar voltados para Nathan apanhado vergonhosamente de Max e ela não precisava fingir que estava ali para curtir a noite. Entretanto, assim que o rapaz foi ao chão e fez um movimento familiar - um que vira Lennart fazer muitas vezes, de uma forma muito mais segura, é claro - ela levantou-se e se movimentou rapidamente. Seu olhar passou em volta, capturando os seguranças que se juntavam para sobrepujar Nathan, e então dirigiu um comando para Leah.
- Cuide dos seguranças.
Foi tudo o que disse. Ela esperava que a parceira não decidisse matá-los, mas se isso acontecesse, não havia muito o que fazer. Nym contornou e aproximou-se correndo do Prescott por trás, tirando violentamente as pessoas do caminho (inclusive Nicolas e a garota, se este primeiro não desse conta do que vinha em sua direção) e abaixou o corpo, o braço subindo num movimento suave por trás de Nathan. Ao mesmo tempo que o garoto sentiria sua mão sendo erguida para que a pistola mirasse o teto, a dor de uma apunhalada percorreria a parte lateral da mesma. O movimento de Nymeria fincara uma de suas adagas no membro dele ao mesmo tempo que o faria subir, precisamente quando Leah chamaria a atenção dos seguranças para si mesma.
- Tsc, tsc, tsc... não vai ser tão fácil assim, Nathan Prescott. Não será hoje que irá morrer. - ela disse baixinho em seu ouvido, enquanto mantinha a adaga fincada, provavelmente a arma sendo solta por conta da dor. - Se eu fosse você ficaria bem parado. Tenho uns vinte venenos diferentes comigo, e cada um te dará uma morte lenta e muito dolorosa. Acredite.
(Desculpem a demora q Well, eu imaginei que ele ainda estava no chão quando puxou a arma, então fiz ela abaixar. Eu vou jogar um dado aqui caso você queira lançar também para mudar algo na ação, Cla. Como ele ter atirado mesmo assim com o susto, não ter soltado a arma, ou algo do tipo, sei lá q)
Nymeria Lindberg Estudante
Mensagens : 474 Data de inscrição : 26/09/2017 Idade : 23 Localização : Windfall
Leah não era uma das pessoas mais gentis da Terra, porém era uma das mais sinceras. Ela realmente odiava a ideia de bonecas humanas, na verdade, qualquer um que falasse desse assunto com alguém vindo da Casa, notaria que eles nutriam uma raiva colossal por pessoas envolvidas em tráfico humano ou qualquer coisa parecida. O motivo para isso, ninguém realmente sabia, mas era irônico no mínimo, já que a Casa tinha um vasto histórico de raptar crianças para transformá-las em assassinos e armas humanas. Por mais que Lennart e Leah afirmassem que haviam se tornado assassinos por escolha própria, certamente deveriam ter aqueles que lutavam não por um desejo próprio, mas sim por terem sido obrigados pelo Imortal, não é?
- Claro, você é a chefe - Falou Leah, jogando seus cabelos ruivos para o lado e se levantando.
Começou a caminhar até os seguranças, a música havia sido parada pelo DJ, devido a situação que agora estava ocorrendo. Todos tinham suas armas apontadas para o Prescott, algumas pessoas começaram a se afastar, enquanto outras estavam saindo. Aquilo havia realmente estragado a festa delas. Era possível ver que alguns seguranças ali temiam puxar o gatilho, fosse pela posição de Nathan naquela cidade, ou pelo fato de nunca terem matado alguém antes. Eram poucos, porém estes estavam ali. Leah se viu obrigada a suspirar, era difícil lidar com amadores, no desespero eles faziam qualquer coisa. Ela só esperava que Prescott não disparasse, não havia nada que ela pudesse fazer caso ele puxasse o gatilho.
- Se acalmem - Disse a garota, sua voz era suave e firme ao mesmo tempo. Uma voz autoritária, uma voz de uma líder - Não queremos fazer nenhuma besteira aqui não é? Por mais que seja um adolescente de merda, ele ainda é uma pessoa importante. E eu duvido que um de vocês queira ter a morte de um menor de idade nas costas, não é?
Mesmo que as palavras de Leah não significassem muito para os seguranças, eles ainda assim abaixariam suas armas, lentamente. Pois a voz dela era uma que exigia respeito e botava ordem na casa. Com um sorriso em seu rosto, Leah deu um rápido suspiro e voltou-se para Nymeria, que segurava Nathan. Agora, a assassina estava do lado de Maxwell, porém não o segurava, muito menos o impedia de agir. Ela sabia que se botasse as mãos nele, era capaz dos dois acabarem entrando em uma luta, e ela não sabia qual seria o resultado.
- Respire fundo, Max - Ela não o conhecia, muito menos o vira antes. Porém, conhecia Nathanael, logo considerou que estava conversando com ele - Isso aqui vai terminar mal. Aproveite e pare enquanto ainda está com a vantagem.
Nicolas Gattile Estudante
Mensagens : 43 Data de inscrição : 10/12/2017 Idade : 34 Localização : Na boate mais suja
Nicolas tentou segurar o riso assim que Nathan começou a apanhar, mas falhou miseravelmente. Em sua vida como torturador ele havia descoberto o poder de alguns socos bem dados. Honestamente ele esperava mais de Nathan, mas logo viu que ele era só conversa fiada, e não um cara de ação. Enquanto Max destruía aquele rostinho lindo, Nicolas empurrou levemente Courtney para trás, e se colocou levemente à frente dela, caso algum soco ou empurrão viesse para o lado errado.
Quando Nathan puxou a arma, Nicolas ficou observando com os olhos vidrados no garoto. Será que ele era mesmo só conversa? Ou...
Alguém passou por ele, empurrando.
- Pode passar, moça. - Nicolas disse para Nym quando ela passou para desarmar Nathan.
Afinal, os seguranças fizeram o povo circular, Nicolas revirou os lhos, esperava um show completo. Ainda assim, aproximou-se de Max.
- Voce bateu tanto nele que parece até que ele sequestrou a sua garota! - ele disse, sem ao menos saber o quão certo estava.
Maxwell Watson Estudante
Mensagens : 644 Data de inscrição : 27/07/2017 Idade : 24 Localização : Windfall
- Parar? Parar?! Você não parou quando sequestrou a Hanna! - Gritava Max, entre um soco e outro. Dava para notar pelo tom de voz dele, o rapaz estava enfurecido. Chegava a ser algo quase... diabólico - I will stop when you're dead!¹
E era realmente esse o plano. Max nunca fora o maior fã de tirar vidas. Morrer? Ah, isso não era um incômodo para o rapaz, era de se pensar que ele até mesmo esperava a morte, tendo uma vida tão sofrida como tivera. Mas matar? Isso era uma história completamente diferente. Maxwell odiava armas de fogo e não aceitava que uma vida fosse simplesmente tomada. Ele acreditava que uma boa surra era mais do que o suficiente para ensinar algumas pessoas. Fora por isso que batera em Nathan, pois até mesmo uma pessoa detestável como ele não merecia morrer. Porém a raiva que Maxwell tinha naquele momento era grande demais e estava fazendo questão de jogar os conceitos morais de Max pela janela. Do jeito que estava, era bem capaz de Max acabar matando Nathan.
Talvez fosse melhor para Nathan que Nymeria tivesse se intrometido. Mesmo com uma arma carregada apontada na sua direção, tudo o que ele fez foi sorrir e dar um passo para frente, pronto para desarmá-lo e continuar a ser direto com Nathan. Direto e cruzado, pelo nível de golpes que ele estava realizando. Então, aquela pequena garota de cabelos prateados entrou em seu caminho. Ele pôde, de algum modo que nem mesmo ele sabia explicar, escutar as palavras de Nymeria. Soube que ela deveria ser alguém do submundo criminal, ou até mesmo uma vigilante como os amigos de Melissa. E então, figurativamente falando, foi possível ouvir algo quebrar. Como se um prato da mais preciosa e cuidada porcelana tivesse caído no chão e se partido em mil pedaços. Mas não era um prato que quebrara. Fora Max.
- Não, não, não - Murmurou o rapaz, dando mais um passo para frente - Mais uma vez não. Isso não vai me ser negado novamente.
Ishmael gargalhava, e sua risada era apenas mais um fator que se somava na fúria de Maxwell. Bastava um olhar para poder dizer que aquele rapaz estava fora de si, que o seu ódio estava consumindo-o por dentro. Era a primeira vez que isso acontecia em muito tempo. A temperatura do corpo dele subia, ele respirava mais rapidamente e até mesmo chegou a retirar seu terno, deixando apenas a camiseta branca que vestia por baixo. Maxwell suava. Na cozinha da boate, onde eram preparados alguns pratos para os visitantes que pagaram mais, um demônio caminhava. O olhar de um dos cozinheiros tornou-se vazio por um segundo, e ele deixou o gás ligado, vazando pelo local sem notar seu erro. Os outros cozinheiros também pareciam incapazes de notar o que acontecia ali. Ishmael gargalhava.
- A Hanna... eu nunca tinha visto ela tão... frágil... - Mais um passo, o controle de Maxwell estava esgotando. Caso Nathan disparasse contra ele, erraria. Ou pelo menos, pareceria que ele tivesse errado. Havia algo de estranho acontecendo ali, mas até mesmo a bala de um revólver entraria em câmera lenta para o rapaz, que estava fora de si - Você vai ser punido.
¹Tradução para a Ame: Eu vou parar quando você estiver morto
Nathan Prescott Estudante
Mensagens : 104 Data de inscrição : 24/07/2017 Localização : Windfall City
[ A Ame jogou o dado e deu 1 OPAKSAPOSDKSPAOKDSAPODKAOPKDA EU TO RINDO MUITO MERDA Mas sem problema, diva, não vou mudar nada na sua ação. <3 ]
Courtney sentiu-se ser empurrada por Nicolas e agarrou o braço que ele usara para tal ação, apertando-o com certa força como se estivesse muito nervosa, os grandes olhos azuis completamente apreensivos, concentrada na situação à sua frente. Ela olhava de Maxwell para Nathan e deste último para a arma em suas mãos...
"Não, Nathan... nós não precisamos disso... deixe eles circularem, eles vão desistir..."- ela pensava como se desejasse muito que o Prescott entendesse a situação como ela, mas ao ver Nymeria passar por si e o torturador de cabelos verdes, a menina loira precisou cobrir a boca para que não se assustasse com o que ocorreu a seguir.
O sangue espirrou da mão do Prescott e a arma escorregou por seus dedos imóveis imediatamente. Não houve tempo para que ele atirasse, Nathan não era nem de longe tão bom com armas quanto qualquer um dos presentes ali, ele era apenas um amador. Ele grunhiu à medida que seu sangue escorria e as palavras sussurradas ao seu ouvido foi o que fizeram forçar-se a parar, escutando a menina atrás de si. E então ele riu. O menino chorão, covarde e ridicularizado riu. E aquela era a risada de um homem. Um homem morto.
- Como se sente, Max?- ele disse e, quando sorriu, uma cascata de sangue escorreu-lhe pela boca.- Sendo manipulado mais uma vez hoje a noite. Você quer me matar? Você é tão estúpido quanto eu. E a sua vida toda está fadado a ser manipulado como uma pecinha de quebra-cabeça... porque adivinha só, badboy...- ele inclinou a cabeça, fitando Max com olhos azuis brilhantes. Queimantes.- Há gente mais gênio, mais especial e mais esperta que você e sempre vai ter. Agora eu entendo porque você está aqui... ele o colocou aqui. Ele o fez estar aqui esta noite. E essa história, Max... a história da sua vida, não é sobre você. - sua cabeça voltou-se brevemente para que o Prescott pudesse enxergar Nymeria por cima do ombro. Aquele menino, na posição que estava e desarmado, claramente não oferecia nenhuma ameaça... Então porque ele parecia mais ameaçador do que nunca?
- Essa história... é sobre você, Nymeria Lindberg. - sua expressão mudou de sorridente para raivosa. Explosiva. E ele gritou:- BLITZKRIEG¹!
- NÃO, NATHAN!- o gritou de Courtney, o grito de quem tenta impedir algo tarde demais, foi completamente abafado por uma pipocada de tiros que atingiram os seguranças, homens e mulheres por toda parte. A garota loira jogou-se contra Nicolas Gattile, porque era a única pessoa perto dela, fazendo com que o corpo do mafioso fosse ao chão e ela ficasse por cima dele, abraçando-o e escondendo o pequeno rosto em seu peixo, tentando se proteger e protegê-lo do tiroteio que surgiu como uma onda repentina. Mas todos saberiam que aquele grito dela denunciava que ela conhecia Nathan. Que ela estava na boate com ele. E que ela sabia o que aquela "senha" de ataque queria dizer. Talvez não fosse como todos pensassem. Talvez Watson, Nymeria e Leah tivessem sido redondamente enganados. Talvez Nathan não estivesse ali para drogar Courtney. Tampouco aquela menina estava ali por acaso. A sujeira debaixo dos panos... estava levantando poeira.
Os tiros partiam das mais diversas direções porque os que os disparavam estavam espalhados por toda a boate, empestando o lugar. Eram homens que havia facilmente passado pela segurança e já estavam ali desde o começo da festa, homens tão bem vestidos que ninguém suspeitaria, portanto não seria realmente fácil reconhecê-los para que pudessem revidar. A única semelhança que se poderia notar - se é que se poderia notar numa situação desesperadora como aquela - é que todos eles tinham uma tatuagem de suástica nazista, fosse na testa ou no pescoço. Quem eram aquelas pessoas? Courtney e Nathan sabiam. Mas Courtney não queria usá-los assim...
O tumulto era infernal. Taças e garrafas explodiam, As pessoas corriam em gritaria e as que ficavam para trás eram pisoteadas. Um tiro traspassou o abdômen de Nathan, outro atingiu seu ombro, fazendo-o cambalear, tentando a todo custo se manter de pé, mas se encolhendo cada vez mais, protegendo a própria cabeça com a mão livre. Nymeria poderia notar que o pessoal chamado pelo próprio Prescott não se importaria em transformá-lo numa peneira se pudessem atingi-la. Mesmo "em câmera lenta", seria estritamente difícil para Maxwell escapar daquela enxurrada de projéteis de fogo. E todos ali poderiam perceber... Que o alvo dos atiradores era aquele estranho grupo de pessoas. Nicolas, Courntey, Watson, Nymeria, Nathan e Leah. A opção mais inteligente talvez fosse correr... Até porque a boate estaria em chamas muito, muito em breve.
¹Um termo alemão, O Blitzkrieg ou guerra-relâmpago é uma tática militar em nível operacional que consiste em utilizar forças móveis em ataques rápidos e de surpresa, com o intuito de evitar que as forças inimigas estejam tempo de organizar a defesa. Seus três elementos essenciais são o efeito-surpresa, a rapidez da manobra e a brutalidade do ataque, e seus objetivos principais são a desmoralização do inimigo e a desorganização de suas forças.
Nymeria Lindberg Estudante
Mensagens : 474 Data de inscrição : 26/09/2017 Idade : 23 Localização : Windfall
Nymeria encarou Maxwell, ela estava disposta a detê-lo por mal se ele continuasse daquele jeito. Não queria fazê-lo, era claro. Max era uma vítima, e como tal estava em todo o direito de se vingar. Mas isso estava contra seus planos. E seus planos estavam acima da maior parte das situações dramáticas que poderia encontrar. Nym continuou pressionando o braço de Nathan para cima, uma segunda mão puxando uma seringa para espetar nele, enquanto encarava o outro rapaz, irado.
- Eu entendo como se sente. Você foi prejudicado por ele e quer dar o troco. E eu sou a última pessoa que gostaria de ficar entre você e sua vingança. Mas, por hora, preciso desse traste vivo. Então, acalme-se e não dê ouvidos a ele. Eu duvido que tenha tirado a vida de alguém, e esse aqui não vale tudo isso. - Sua atenção retornou para Nathan, enquanto ele ria e dizia aquelas coisas para Maxwell. Quando ia injetar o veneno para fazê-lo se calar, contudo, foi quando ouviu aquelas palavras. E soube, instantaneamente, que alguém queria passá-la para trás mais uma vez. - Esperto... muito esperto.
Os tiros pipocaram e ela sabiamente manteve-se atrás de Nathan, ou aqueles dois tiros que o atingiram poderiam facilmente acertá-la. Ela já não se importava de manter aquele rato vivo. Não... Courtney havia se entregado. A armação fora até mesmo inteligente, Nym poderia até ficar irritada por ter feito papel de trouxa. Caso não tivesse ido preparada para tudo naquela noite. Afinal, nenhum idiota entrava de boa vontade em território inimigo sem ter muitos recursos para serem usados. Nym atirou a agulha que tinha em uma das mãos na pessoa que acertara em Nathan pela primeira vez, então puxou a faca da pele do garoto e arremessou-a entre os olhos de um outro atirador que por pouco não fuzilara Maxwell Watson. Ela fez um gesto para Leah, algo combinado inicialmente entre ambas, colocando a mão espalmada sobre os lábios. Um gesto para "Segure a respiração". Então colocou a mão livre em suas vestes e retirou um pequeno cilindro, o que parecia ser uma granada. Vindo de Nymeria Lindberg, era praticamente óbvio o que havia ali dentro. Afinal, ela era uma pessoa prática. Se a maior parte dos inocentes do lugar estariam mortos por conta da chuva de balas, causar uma explosão com gás venenoso não faria muita diferença. Sabiamente abandonando Nathan a sua própria sorte, ela atirou a granada para cima, enquanto prendia a respiração e agarrava as duas pessoas mais próximas - Watson e Courtney - puxando-os dali. Como a menina estava com Gattile, era de se imaginar que ele fosse carregado junto no processo.
Nym não teve tempo de repassar a implicação do que acabara de atirar para os outros, então só podia torcer para que entendessem o que havia por trás de seus lábios cerrados. Então, enquanto corriam para fora, a bomba de gás venenoso explodiu, espalhando-o por todo o local e causando enjoos e tonturas praticamente imediatas. A garota possuía o antídoto para aquilo em suas vestes, apenas por precaução, mas não saberia dizer se este era suficiente para todos os que estavam mais próximos de si. Enquanto corria, tentava definir onde Leah estava, mas o próprio ar ali dentro estava turvo por conta do veneno. Era um pouco difícil de enxergar, então Nymeria contou com a habilidade da moça para sair dali. Afinal, Leah era uma assassina da Casa. Eles deveriam ter todo tipo de resposta para ser usada durante suas missões, por conta das estratégias inimigas e aliadas ao mesmo tempo.
Não foi o suficiente, Nathan.
Seu pensamento surgiu como que em uma risada, embora seu rosto permanecesse inexpressivo e centrado. Ela não saberia dizer se o rapaz sobreviveria àquilo. Não... não fazia a menor ideia, e não se importava mais. Havia Courtney para contar-lhe algumas coisas, afinal. E mesmo que perdesse todas as testemunhas e todas as pistas, Nymeria encontraria Shadow. Custasse o que custasse.
Lennart Estudante
Mensagens : 304 Data de inscrição : 25/09/2017 Idade : 24 Localização : Windfall City
Leah fora esperta, no momento que vira que Nathan estava começando uma enorme fala dramática, ela se preparara para qualquer coisa, quando os disparos começaram ela foi direto ao chão, pegando um revólver de um dos seguranças que foi atingido e começou a disparar contra eles, atingindo alguns dos novos atiradores. Seus olhos encontraram-se com Nymeria e ela preparou-se, prendendo sua respiração e preparando-se para o que estava por vir. Ela pôde notar, enquanto tentava achar seu caminho até a garota de cabelos prateados, que Maxwell não se deixara ser puxado por ela, ficando para trás.
E então, ela presenciou algo impossível. O tiroteio ainda acontecia e vários projéteis ainda projetavam-se contra o rapaz, que permanecia de pé, no centro da boate, não o atingiam. Não era como se eles estivessem errando, ou tivessem decidido não atingi-lo. Alguns dos atiradores haviam disparado contra Watson, porém nada o atingia. As balas desviavam-se, como se ele estivesse protegido por algo, e vários projéteis desgovernados iam contra corpos no chão, contra o teto, contra as paredes. Leah decidiu que não iria ficar ali para tentar descobrir como ele fazia isso, porém pôde notar que o rapaz parecia ter visto algo e começava a caminhar em uma direção contrária dela.
Dos 00:35 até os 1:00 representa bem o que está acontecendo com o Max:
Ainda com sua cabeça abaixada e disparando contra alguns dos atiradores, ela sentiu algo. Seus sentidos eram um pouco mais avançados que o dos demais, devido as Nano-Machines que estavam em seu corpo. Tudo o que ela pôde fazer foi correr na direção de Nymeria e saltar contra o chão, ela já não via mais a outra garota, porém sabia em qual direção ela havia ido. Uma explosão, gerada pelo gás que estava ligado na cozinha, não foi de grande porte, mas o suficiente para fazer o local inteiro estremecer. Logo, chamas começaram a tomar conta da boate e quando o sistema detectou fumaça e ligou os sprinklers¹ do teto. Porém, a água que saía não era capaz de apagar aquelas chamas, por algum motivo ou outro.
Leah levantou-se, cambaleando um pouco, ainda haviam pessoas ali, algumas mortas, porém várias estavam vivas. E no centro de tudo, rodeado por chamas, estava um homem de cabelos negros. Ele voltou seu rosto para Leah e sorriu, conforme as chamas subiam. Havia algo nele que a fez estremecer. Ela correu para uma das saídas de emergência e empurrou a porta, saindo para o lado de fora, rezando para que Nymeria tivesse conseguido escapar. Puxando seu celular, ela enviou uma rápida mensagem para Lennart. Precisaria dele ali.
- Merda...
Nicolas Gattile Estudante
Mensagens : 43 Data de inscrição : 10/12/2017 Idade : 34 Localização : Na boate mais suja
- Huh? - Nicolas tombou a cabeça para o lado de maneira confusa antes que Courtney o empurrasse para livrá-lo dos tiros. Mesmo ali, em meio àquela destruição ele começou a gargalhar descontroladamente, os tiros espalhando faíscas por todo lado, explodindo luzes, fazendo inocentes correrem para as saídas de emergência para tentarem se livrar daquele caos.
Ele estava distraído demais observando Courtney para perceber que Nym lançara aquela granada de gás venenoso. Aquela menina estava por trás daquela bagunça? Aquilo trazia um sorriso ainda maior para seu rosto. Ele estava fascinado, as explosões dos painéis de neon lançando cores diferentes sobre eles. Ele viu que alguém a puxou, tirando-a de sua linha de visão, mas sentiu o puxão em seu braço e ver quem exatamente estava tentando salvá-la foi a únicas coisa que o convenceu a seguí-las.
Lançando um último olhar para o interior, ele teve um breve relance de um Maxy que definitivamente tinha encontrado os macaquinhos do seu sótão, matado todos e pendurado as carcaças na porta de casa como uma guirlanda de Natal. Ah, as crianças crescem tão rápido! Antes de sair, ele viu Nathan, baleado e caído no chão. Ele realmente era um covarde. Estava acabado, e ele sabia disso. Mas Nicolas adorava os perdedores e marginalizados. Ah, ele nunca aprendia. Revirou os olhos e viu um bartender morto, com uma toalha molhada bem próxima. Pegou a toalha e lançou em Nathan, esperando que, se ele quisesse, poderia minimizar os efeitos do gás e sobreviver. Gattile tinha certeza que ele era um cara interessante, ou pelo menos tinha potencial para se tornar um. Finalmente eles chegaram do lado de fora. Só ali eles perceberam o quão quente estava o clube, sentindo o vento frio da noite provocando um leve choque térmico. Antes mesmo que Nymeria pudesse começar a questionar a participação de Courtney no atentado, Nicolas aproveitou sua posição favorável, atrás das duas meninas, e anulou a distância entre ele e a mafiosa, laçando um braço por sua cintura e inserindo uma agulha em seu pescoço. A toxina não demorava mais que alguns segundos para agir, e Nicolas permaneceu amparando Nymeria em sua eventual e inevitável queda.
Sacando uma arma, ele apontou para a cabeça de Courtney, e sorriu, engatilhando-a. Um carro preto se aproximou da cena silenciosamente e Nicolas tombou a cabeça para o lado.
- Não é nada pessoal, doçura. - dizendo isso, ele a atingiu com uma coronhada, desacordando-a.
Colocou Nymeria no carro e entrou, rapidamente deixando o local.
Maxwell Watson Estudante
Mensagens : 644 Data de inscrição : 27/07/2017 Idade : 24 Localização : Windfall
Fúria. Era esta a palavra que definia Maxwell Watson naquele momento. Ele já não raciocinava e tudo o que fazia era baseado em seu instinto animal. Enquanto todos morriam ao seu redor ou fugiam, tudo o que o rapaz fazia era ficar em pé, reto. Maxwell não notava que as balas estava desviando-se dele, na verdade, ele não notava nada ao seu arredor. Sua mente tentava processar o que acontecia, apenas para falhar, ele não conseguia entender o sentido do que estava acontecendo ali. Não sabia quem era Nymeria ou o que ela queria com Nathan. Nem mesmo lembrava-se de Nicolas, por mais que este tivesse levado-o até aquele local. Não sabia quem eram os homens que invadiram o local, atirando. Porém de uma coisa sabia.
Sabia onde Nathan estava. Deu um passo para frente, era difícil reparar, mas a cada passo de Maxwell, as chamas aumentavam. O gás venenoso liberado por Nymeria sofria um efeito parecido com os das balas, ele não se aproximava do rapaz. Ele passou a mão em um extintor de incêndio, que estava caído no chão e ergueu-o, enquanto continuava a caminhar na direção de Prescott. Já era fácil fazer a soma do que ele desejava fazer naquele momento. Então, um grito de uma mulher despertou Maxwell de seu transe. Nathan foi salvo pelo gongo. Ele olhou em volta apenas para ver tudo em chamas. Então, viu Nathan, no centro de um círculo de fogo, incapaz de fugir. Um círculo que não se formara de uma maneira muito natural, porém no caos não teria como notar isso.
- Nathan! - Gritou Maxwell, indo até ele. Watson tentou usar o extintor de incêndio nas chamas, porém não adiantava. A água que caía nada fazia no fogo e nem mesmo o extintor funcionava. Maxwell estava desesperado. Ele estendeu sua mão para frente, tentando alcançar Nathan, porém as chamas subiram e subiram. Maxwell foi arrastado por um homem até o lado de fora. Qualquer pessoa que testemunhara a surra que ele dera em Prescott ficaria surpreso por ver Maxwell tentando salvar Nathan.
E no centro daquele círculo de chamas, estava Nathan.
- Ora, ora. Você realmente é bom no que faz, Prescott. Faz tanto tempo que busco deixar Maxwell daquele jeito, mas sempre falhei. Acho que nunca cheguei a apertar os botões certos - Uma voz ecoava, porém apenas para os ouvidos de Nathan - Sabe, quando eu encontrei Maxwell pela primeira vez, ele estava sendo torturado por um padre. Eu até falaria que isso era irônico, mas é apenas a história se repetindo. Quando me apresentei, falei '' Chamai-me de Ishmael '', uma pequena referência a Moby Dick. Mas, acho que você merece ouvir a verdade. - Chamai-me de Lúcifer.
Perante Nathan, um ser monstruoso erguia-se. Sua cabeça era a caveira de um animal, seu corpo era uma mistura, em algumas partes ele possuía pele e em outras não, demonstrando ossos de um tórax humano. Seus braços eram finos e terminavam em garras afiadas. Suas patas eram como as de um bode, e ele ficava em pé como se aquilo não o atrapalhasse. De suas costas projetavam-se vários espinhos e até mesmo uma espada. De dentro da boca de sua caveira, saía uma língua que possuía espinhos e os buracos dos olhos brilhavam em vermelho. Aquele enorme ser lançou-se para cima de Nathan, como uma fera lança-se em cima de uma presa.
- Garoto! - Chamou um homem. O círculo de chamas sumira, não havia mais monstro, não havia mais vozes. Um homem ergueu Nathan e começou a carregá-lo para a saída de emergência - O que foi? Parece que você viu um fantasma.
Ishmael/Lúcifer:
Nathan Prescott Estudante
Mensagens : 104 Data de inscrição : 24/07/2017 Localização : Windfall City
A menina correu para fora, sendo puxada por Nymeria e levando Nicolas no processo, tossindo com a fumaça, mas sendo rápida o suficiente para descobrir do que ela se tratava e prendeu a respiração até que eles estivesse totalmente fora do prédio. Desceram as escadarias, ela pensou que finalmente tinham escapado, embora Nathan tivesse ficado para trás e isso fez com que seus olhos lacrimejassem. Courtney não entendia. Aqueles neo-nazistas eram seus homens, mas aquele ataque não estava planejado. E por que eles atiraram até mesmo contra ela própria e Nathan? Seu sistema mostrava-se incapaz de interligar os pontos e ela estava confusa, confusa demais para perceber quando Nicolas injetou a agulha em Nymeria e a única coisa que Courtney viu foi a arma apontada para sua cabeça um piscar de olhos depois. O click a fez despertar. O clik abriu uma aba de resposta em seu sistema. Com o click, ela finalmente entendeu tudo.
- Seu filho da puta.- ela rosnou.- Você é um Dark-...- suas palavras irromperam ali, pois a coronhada levou-a ao chão imediatamente. Charles, seu "amigo imaginário", urrou de raiva atrás dela.
Nathan não teve condições. Depois da surra, do furo em sua mão e dos tiros, ele perdera muito sangue e estava tão atordoado quanto poderia estar. Ele começava a ficar zonzo rapidamente enquanto as chamas dançavam ao seu redor, fechando um círculo perfeito. Nathan percebeu que não havia escapatória. Porém, isso estava... tudo bem. Pela primeira vez em sua vida, estava tudo bem. A ideia da morte sempre lhe foi extremamente gratificante... mas ele era covarde demais para aceitar a dor. Mas ali, naquele momento, empapado com o próprio sangue e deformado de ferimentos, ele percebeu que o que mais doía ainda estava do lado de dentro. Assim que vira Maxwell Watson naquela noite, Nathan aceitara a própria morte, porque era assim que ele iria querer. O Prescott foi o primeiro de todos a interligar os pontos e, por isso mesmo, não se importava de entregar o jogo... porque era exatamente isso que ele buscava há anos. Os cortes em seus pulsos, as drogas, o temperamento explosivo... finalmente haviam culminado no fim que ele tanto almejara, e Nathan estava feliz em ter tido, finalmente, coragem para isso. Ao mesmo tempo que o Prescott anteriormente achava que Hannah Blackwell pudesse ser a única pessoa capaz de entendê-lo, agora ele via que a superação da ex-suicida era algo completamente distorcido de sua visão de mundo. A morte estava chegando para ele. E essa era a vitória de Nathan. O garoto usou o pano úmido jogado por Nicolas para que desse um último bom suspiro, até que... ele ouviu aquela voz. Arregalando os olhos, sua paz momentânea pareceu ameaçada. Ele tremeu diante das palavras proferidas que pareciam reverberar dentro de sua cabeça. E, quando aquele ser monstruoso ergueu-se à sua frente, ele gritou, fechando os olhos. Pela primeira vez naquela noite, lágrimas sangrentas lhe escorreram pelas pálpebras machucadas, e seu grito ecoou, provavelmente o que fez com que o tal homem alertasse que havia mais alguém em perigo e Nathan apenas sentiu-se ser carregado para longe. Ele havia sido tocado pelo demônio. E seu inferno seria sobreviver àquela noite.
- Não...!- ele tentou dizer, mas a fumaça entrava em seus pulmões e tornava-o cada vez mais distante...- Me deixe... em paz...
O homem levou-o para fora, sendo guiado por para-médicos a colocá-lo numa das muitas ambulâncias que já começavam a lotar os arredores da boate. Nathan já estava desacordado.
Pela porta dos fundos, nas saídas de emergência, enquanto Leah discava quase desesperada para Lennart, a silhueta de alguém surgiu no meio do estacionamento. Por um segundo, a silhueta era masculina, forte e alta, parecendo trajar um casaco de couro preto e mover-se em passos furiosos.
Mas quando a mulher elevasse o rosto, veria apenas a franzina menina loira, que deveria estar desmaiada nas escadarias frontais. Apenas a imagem dela ali já significava que, qualquer que tivesse sido o destino de Nymeria, não teria sido dos melhores...
- E̷u̷ ̷s̷e̴i̸.- a voz da menina não mais soava como antes. Ela tinha uma entonação masculina que parecia ser cuspida para fora da garganta. Seus olhos azuis ardiam em pura cólera. Courtney podia ter sido enganada, podia ter desmaiado... Mas Charles despertara na consciência da menina e trataria de pôr uma ordem naquela nau dos infernos. Se Lennart e Leah precisavam de uma direção... ali estava.- E̷u̵ ̶s̶e̴i̸ ̸p̴a̸r̶a̸ ̵o̵n̴d̸e̴ ̷a̶ ̸l̷e̶v̷a̶r̸a̸m̸.̵ ̷
Nymeria Lindberg Estudante
Mensagens : 474 Data de inscrição : 26/09/2017 Idade : 23 Localização : Windfall
Nymeria passou pelas portas e suspirou, o ar frio da noite entrando por seus poros. Ela endireitou o corpo e quando estava virando-se em direção a garota, Courtney, ela sentiu alguém laçando sua cintura. Sua resposta ao ato foi lutar, brigar e se debater, puxando uma segunda adaga de suas vestes e tentando cravá-la em Nicolas, antes que algo fosse injetado em sua corrente sanguínea. A lâmina chegou a fazer um corte extenso no rosto dele, quase perfurando seu olho direito, mas logo perdeu firmeza e, citando um palavrão qualquer em russo, Nym perdeu as forças e apagou.