Apesar de ser um lugar absurdamente lindo ele era absurdamente vazio por algum motivo, o porto que existia antes na praia agora é só uma mera atração turística.
Maxwell Watson Estudante
Mensagens : 644 Data de inscrição : 27/07/2017 Idade : 24 Localização : Windfall
O dia estava nublado, com nuvens cinzas movendo-se lentamente acima, sem nenhuma pressa de revelar o sol. Os últimos dias haviam sido uma porrada no estômago de Maxwell, o sequestro pelas mãos de Nathan Prescott ainda estava fresco em sua memória. Não que se importasse com aquilo, era difícil existir alguém mais auto-destrutivo do que Maxwell. Tudo o que acontecia de ruim para ele, o rapaz recebia com um sorriso insano em seu rosto, e mesmo quando algo acontecia do qual ele não tivera envolvimento algum, quando os dedos eram apontados para ele o rapaz os aceitava. Já se tornara um costume, assumir a culpa por coisas horríveis que jamais fizera.
Havia um cigarro em sua boca, há muito apagado pelo vento frio que o cortava. Uma tempestade estava por vir. Vestia uma jaqueta preta que estava aberta, cobrindo uma camiseta branca, usava uma calça jeans e um tênis preto. Seus olhos azuis estavam pousados nas areias da praia, ele não dera passos para entrar na mesma, preferia ficar ali na borda. Não havia mais ninguém no local e Max agradecia pela solidão que certamente não duraria muito. Certamente somente um louco poderia ir a um local como aquele, em um dia como esses.
- Está triste Maxwell? - Questionou-lhe a voz de Ishmael, aparecendo de súbito ao lado do mesmo. Ele aparecia apenas para os olhos de Maxwell, não havia ninguém mais que podia ver aquele demônio. Certamente um sinal da loucura que manifestava alucinações para o rapaz que carregava palavras em suas costas - O que o aflige? É o sequestro? Você já deveria ter se acostumado com eles. Foram três, contando com esse não é? - O demônio brincava e o tentava, provocando-o a cada palavra. Ele então andou e parou na frente de Maxwell, seus olhos negros pareciam investigar até mesmo a alma do rapaz - Aaah, é a garota não é? Hanna, creio que é o nome dela.
- Ela quase... - Murmurou Max, porém calou-se logo em seguida.
- Você é um gênio idiota - Falou Ishmael - Ora essa, é claro que você poderia ter notado que Nathan estava drogando vocês se não estivesse ocupado tentando fingir que é uma pessoa boa. É claro que poderia ter evitado os possíveis traumas que ela agora carrega. Mas não fez nada disso, portanto não tem com o que se preocupar. Você pode achar o conforto no fundo de uma garrafa, como sempre fez.
Nicolas Gattile Estudante
Mensagens : 43 Data de inscrição : 10/12/2017 Idade : 34 Localização : Na boate mais suja
Sem cuidado algum, Nicolas apoiou a cadeira de praia dobrável bem ao lado do cara pensativo que dava uma de misterioso perto da mureta e se ajoelhou para amarrar o cadarço dos sapatos e ajeitar as altas meias vermelhas. Aquela era uma visão um tanto inusitada. Mesmo num dia nublado, com uma tempestade se aproximando, aquele cara extremamente branquelo usava shorts roxos e uma camiseta tropical verde limão, com desenhos de coqueirinhos vermelhos. As mãos que refaziam os nós estavam cobertas por luvas roxas e ele usava um chapéu de abas retas no mesmo tom. No seu pescoço, se dependurava uma máquina fotográfica e o conjunto todo parecia dar a ele um ar turístico, ainda que o clima não ajudasse. Só um louco poderia ir a um lugar como aquele em um dia como aquele. E o louco estava bem ali.
Ao ouvir o rapaz falando alguma coisa, ele olhou pra cima com uma careta com a luz batendo em seu rosto.
- Huh? - ele perguntou, e logo olhou ao redor. Não vendo ninguém, resolveu respeitar a loucura alheia. - Ah, pensei que estava falando comigo.
Terminando de arrumar o sapato, ele se levantou, mostrando-se incrivelmente alto e magro. Pegando o óculos que estava dobrado no bolsinho da camisa, ele os colocou, ocultando os olhos verdes e abriu um larguíssimo sorriso. Era estranho e bizarro e parecia grande demais pra um ser humano.
Colocando a cadeira de praia sob o braço, e agarrando um pequeno cooler com a outra mão, ele resolveu socializar.
- Um belo dia para um mergulho, não acha?
Maxwell Watson Estudante
Mensagens : 644 Data de inscrição : 27/07/2017 Idade : 24 Localização : Windfall
Os olhos de Maxwell voltaram-se para o homem que acabara de chegar, sua sobrancelha erguendo-se momentaneamente, aquela era uma visão gritantemente diferente do que ele estava acostumado. Aquelas roupas, aquele cabelo... eram uma visão certamente diferente do que ele esperava em um dia como aqueles. Ainda assim, escolheu ignorá-lo pelo momento, Ishmael estava tentando-o naquele momento. Ou era o que ele pensava.
Ishmael olhava para Nicolas e sorria, aquele tipo de sorriso capaz de enviar um calafrio para a espinha de qualquer pessoa. Ele então voltou seu olhar para Maxwell e sumiu em pleno ar. Claramente ele achava que aquele ser que estava ao lado do rapaz poderia atormentar o mesmo de uma maneira nova, de uma maneira que ele não era capaz, pois não podia tocar em Maxwell.
- Bom, se quiser ser carregado pelas ondas, acho que sim - Foi a resposta vinda do rapaz.
Nicolas Gattile Estudante
Mensagens : 43 Data de inscrição : 10/12/2017 Idade : 34 Localização : Na boate mais suja
- Nenhuma - Respondeu Maxwell, sinceramente - A vida só tem seu valor quando nós lutamos por ela.
O tom de voz de Maxwell deixava claro que ele era um rapaz que, apesar de muito jovem, já lutara muito pela sua própria vida. Porém, também havia um pequeno toque de tristeza, deixando um pouco claro que ele já deixara aquela luta para trás. Max agora simplesmente aceitava o que fosse jogado contra ele, e se sua morte viesse de algo do tipo, ele a abraçaria.
- Olha, vou te falar que... não, nunca vim aqui antes - Falou Maxwell, seu tom de voz um pouco mais animado - E você?
Nicolas Gattile Estudante
Mensagens : 43 Data de inscrição : 10/12/2017 Idade : 34 Localização : Na boate mais suja
Gattile observava o rapaz por trás dos óculos escuros redondos e sorria, percebendo que havia mais ali do que simples concordância.
- Eu sou novo na cidade. Vim a negócios, provavelmente vou ficar um pouco mais. Nicolas Gattile, a seu dispor. - ele ofereceu um aperto de mãos.
Em seguida, colocou a mão na testa, como se tampasse o sol, e olhou ao longe, para as nuvens negras. Descendo as escadinhas que levavam até a areia mais próxima, ele acenou para Maxwell, chamando-o.
- Vem cá, vem cá! Eu tenho uma cadeira extra! O show já vai começar!
Ele se sentou e abriu o cooler, pegando duas bebidas tropicais lá de dentro, abrindo pequenos guarda chuvinhas roxos e colocando ao lado, esperando que o rapaz se juntasse a ele.
Maxwell Watson Estudante
Mensagens : 644 Data de inscrição : 27/07/2017 Idade : 24 Localização : Windfall
- Maxwell Johann Watson - Falou Max, apertando a mão de Nicolas, com um pequeno sorriso em seu rosto.
Ele suspirou e começou a caminhar na direção do outro, havia algo dentro dele que o alertava para não confiar em Nicolas, porém isso era algo que acontecia toda vez que ele encontrava alguém, portanto acabou relevando. Conforme descia, questionou-se sobre o que poderia ser o tal show que Gattile se referia, porém era incapaz de deduzir o que era. Aproximou-se e sentou-se em uma das cadeira que o rapaz armara e olhou para o mar.
- Que show é esse do qual você fala?
Nicolas Gattile Estudante
Mensagens : 43 Data de inscrição : 10/12/2017 Idade : 34 Localização : Na boate mais suja
- Hahaha! É só a demolição de um antigo presídio que está agendada pra hoje. Espero que goste de luzes bonitas, Max!
Ele pegou uma das taças e sugou o conteúdo amarelo brilhante pelo canudinho que espiralava antes de chegar aos seus lábios vermelhos. Estalou a língua e balançou a cabeça, pois o suco estava extremamente ácido, mas abriu seu largo sorriso. Ele olhou o relógio de pulso e em seguida para a distância novamente.
- And here. We. Go. - Assim que pronunciou a última palavra, ao longe, refletido nos óculos redondos, um ponto distante no mar (provavelmente uma pequena ilha ou algo assim) explodiu brilhantemente, formando um belíssimo cogumelo e lançando o impacto em todas as direções. Provavelmente Max havia ouvido falar da demolição para a reforma do presídio, mas aquela explosão era forte demais para isso.
Nicolas começou a gargalhar e segurou seu chapéu na cabeça enquanto o enfeite de guarda-chuva em seu copo voava para longe.
- HAHAHAHAHA! Isso foi in-crí-vel!
Maxwell Watson Estudante
Mensagens : 644 Data de inscrição : 27/07/2017 Idade : 24 Localização : Windfall
Max não havia ouvido falar de tal demolição, nem tinha conhecimento desse presídio. Bom, talvez isso se devesse pelo fato de ele estar a pelo menos uns 4 meses na cidade e nada além disso. E como passara todo o seu tempo desenhando e atormentando algumas pessoas, ele não explorara muito da cidade, logo seu conhecimento era bem limitado. E antes que pudesse de fato tentar conhecer mais do local no qual vivia, acabou sendo sequestrado junto de Hanna e Melissa.
Quando a explosão ocorreu, os olhos de Max se arregalaram automaticamente devido a surpresa, ele não esperava aquilo de uma simples demolição. Não, aquilo era bem mais do que o necessário para demolir um local. Voltou seu olhar para Nicolas, sua expressão era de completa dúvida, logo ele se viu obrigado a perguntar.
- Aquilo era uma demolição mesmo?
Nicolas Gattile Estudante
Mensagens : 43 Data de inscrição : 10/12/2017 Idade : 34 Localização : Na boate mais suja
Nicolas tirava várias fotografias, ainda sorrindo.
- Oh, sim! Centro de Detenção Wargate. Bem velho, já estava na hora de uma renovação!
Ouvindo a pergunta de um Max desconfortável e hesitante, seu sorriso ficou levemente mais bizarro.
- Mas é claaaaaaaro! Talvez eu tenha... sem, talvez eles tenham exagerado um pouco nos explosivos não é? Hi-hi! - ele voltou a tirar algumas fotos. - Eu só me pergunto onde eles vão colocar os criminosos agora que não tem mais prisão né? He-hehe! Quem sabe na faculdade?! Aquele lugar parece uma masmorra mesmo. Você estuda lá, meu caro Watson?
Maxwell Watson Estudante
Mensagens : 644 Data de inscrição : 27/07/2017 Idade : 24 Localização : Windfall
- Bom, não posso dizer que sei muito sobre o local.
Fora um espetacular show, isso Maxwell tinha que admitir. Porém as palavras de Nicolas o preocuparam um pouco. '' Talvez eu tenha... '', seria possível aquele rapaz ter arriscado as vidas dos trabalhadores e colocado ainda mais explosivos naquela antiga prisão? Maxwell não duvidava de nada, porém escondeu suas suspeitas para si, precisava de um pouco mais de tempo para ver se aquele rapaz era realmente uma ameaça. Se havia algo que Max não fazia, era deixar as coisas para a chance, portanto estava preparado para qualquer coisa que pudesse vir daquele rapaz.
- É bem possível, ainda assim, fez um espetacular show - Ele piscou seus olhos e voltou-os para Nicolas - Eu diria que estudar é um exagero. Eu poderia muito bem dar aulas naquele lugar. Porém, sim, tecnicamente falando eu estudo lá.
Nicolas Gattile Estudante
Mensagens : 43 Data de inscrição : 10/12/2017 Idade : 34 Localização : Na boate mais suja
Nicolas sorriu olhando para Max. Nic geralmente gostava de quem gostava de explosões, e aquele cara havia gostado daquela explosão em particular, e por isso ele havia gostado daquele cara. Ele subiu os óculos escuros, deixando eles apoiados na testa.
- Eu gostei de você, garoto. - Com os olhos fixos em Max, o rapaz sugou a bebida do copo pelo canudinho até que fez o barulho de que estava vazio. - ele outra vez fez uma careta pelo conteúdo ácido mas voltou a sorrir e adicionou:
- Pode-se dizer que foi um espetáculo que blew me away!
Uma risada cresceu na garganta do rapaz e o vento continuava a castigar os dois sentados na praia, relâmpagos começando a brilhar entre as nuvens e os trovões retumbando. Nic voltou a descer os óculos enquanto ao longe a poeira lentamente baixava.
- Tecnicamente ninguém vai pra faculdade por que quer. Ora, vamos. Sejam as fraternidades, as festas, a bebida ou as mulheres, ninguém quer ser universitário. Então, qual é o seu motivo?
Ele ergueu as sobrancelhas e colocou um dedo pra cima.
- OU! Você é um daqueles que tem coisas piores que a faculdade no seu encalço. Será que e esse o seu caso, meu caro Watson?
Nicolas observava a expressão do rapaz com cuidado e acariciava o longo queixo branco enquanto sorria aguardando a resposta. Fosse ela verbal ou denunciada nas suas expressões faciais, Nicolas saberia.
Maxwell Watson Estudante
Mensagens : 644 Data de inscrição : 27/07/2017 Idade : 24 Localização : Windfall
Ele ergueu uma das sobrancelhas, enquanto lentamente girava sua cabeça na direção de Nicolas. Aquele cara era realmente diferente dos demais, e não de uma maneira positiva. Aquele toque de insanidade que havia nele lembrava-o de si mesmo, se Gattile tivesse chegado naquela cidade antes do sequestro, encontraria um Maxwell que ainda se importava em manter toda aquela imagem de demônio, porém chegara atrasado para o pequeno show que o rapaz colocara.
Agora, Nicolas via um Maxwell cansado. O rapaz perdera a paciência que tinha para manter a sua farsa, fingindo ser uma pessoa intocada por palavras e golpes. Não, Maxwell nunca fora imune a nada disso. Anos atrás, Maxwell decidira que carregaria em seus ombros todos os problemas possíveis, mesmo os que não causara. Na verdade, era difícil encontrar um problema que o próprio Max causara. Escolheu uma imagem que conhecia bem, uma que se assemelhava a Ishmael, aquela alucinação que o acompanhava desde que era um pequeno jovem que fora torturado.
- Bom trocadilho - Abriu um leve sorriso ao ouvir as palavras de Nicolas, mas logo seus olhos tornaram-se um pouco mais soturnos ao ouvir as palavras de Nicolas - Um pouco dos dois, eu acho. A bebida realmente é boa, então isso já faz a faculdade valer a pena. Mas eu tenho algo pior que a faculdade no meu encalço, também.
Nicolas Gattile Estudante
Mensagens : 43 Data de inscrição : 10/12/2017 Idade : 34 Localização : Na boate mais suja
- Ah, então é isso? - Nicolas cruzou as pernas e apoiou o queixo pontudo em uma das mãos.
Ele estava profundamente interessado naquele rapaz. Era como se ver em um daqueles espelhos de circo, nos quais a sua imagem fica distorcida e engraçada. Max tinha uma melancolia que a loucura de Nic não o permitia ter, e isso atiçava a curiosidade do palhaço. Quão longe ele poderia ir, quanto mais ele teria que aguentar para que seu sorriso fosse eterno e a melancolia fosse substituída por euforia descontrolada? Nic estava afim de descobrir.
- E o que seria esse “algo”?
Maxwell Watson Estudante
Mensagens : 644 Data de inscrição : 27/07/2017 Idade : 24 Localização : Windfall
Max ficara na borda do precipício, olhando para o abismo que o encarava novamente. E Max sorriu quando isso aconteceu. Agora, já não tinha mais forças para isso, estava cansado demais, já não podia se manter tão próximo da loucura assim, caso contrário perderia completamente o pouco controle que tinha. A verdade era que a vida de Maxwell era como um carro, porém que estava no volante não era ele. Sempre eram as pessoas ao seu redor, guiando-o enquanto o rapaz apenas acompanhava e algumas vezes mudava de marcha. Se a alma de Maxwell pudesse aparecer, revelaria incontáveis cortes e ferimentos dos mais variados tipos, que ele ganhara ao longo dos anos, aceitando ser o bode expiatório do mundo. O motivo para isso? O rapaz se esquecera, um dia decidira que carregaria em suas costas a culpa de tudo, tornando-se um veículo de culpa e dor. Aguentara isso por três anos, porém essa decisão começava a mostrar o impacto que tivera em Maxwell.
Em primeiro lugar, vinha seu alcoolismo. Maxwell sempre encontrara refúgio no fundo de uma garrafa, por mais jovem que fosse, porém suas dores já não podiam ser suportadas por bebidas, não mais pelo menos. Em segundo lugar, vinham os cigarros, por mais que não fumasse tanto quanto uma amiga sua, o rapaz certamente podia empilhar suas carteiras de cigarro já consumidas e elas provavelmente alcançariam uma casa em questão de tamanho, já que cigarros o acalmavam e se tinha uma coisa que Maxwell necessitava era de calma. E por último, mas não menos importante, vinha seu irmão. Por mais que em anos passados Nathanael Watson tivesse se revelado ser o maior problema de Maxwell, agora ele se tornara um pilar, algo que podia suportar todos os problemas emotivos de Maxwell e o rapaz só tinha a agradecer.
- Problemas do meu passado, é uma história meio longa na verdade.
Nicolas Gattile Estudante
Mensagens : 43 Data de inscrição : 10/12/2017 Idade : 34 Localização : Na boate mais suja
Nicolas era um torturador, e torturadores eram extremamente pacientes e perseverantes. Ele sabia o quanto podia pressionar as pessoas até que elas falassem o que ele precisava ouvir, e por isso deixou que Max desse sua resposta evasiva tranquilamente.
O palhaço sorriu, apontando a taça cheia de líquido amarelo, intocada por Max.
- Você ainda vai beber isso? - perguntou, olhando fixamente para o rapaz.
- É uma história longa que eu adoraria ouvir algum dia. É sempre divertido conversar com alguém como você.
Max não poderia estar certo sobre o significado daquelas palavras, mas Nicolas logo tirou o chapeu, revelando os cabelos verdes. Se abanou como se um vento cortante não estivesse passando por ele.
- E é claro, eu adoro uma boa festa. Não demoraria pra conhecer você numa delas.
“Talvez um você mais bêbado e mais disposto a colaborar.” Adicionou mentalmente, vendo que a tempestades já estava praticamente sobre eles, e o vento trazia a chuva até eles.
Maxwell Watson Estudante
Mensagens : 644 Data de inscrição : 27/07/2017 Idade : 24 Localização : Windfall
Max olhou para a bebida e em seguida meneou sua cabeça, por mais absurda que essa ideia fosse, ele estava tentando controlar a sua necessidade por bebidas alcoólicas, porém sabia que não demoraria muito para que voltasse a esvaziar garrafas de cerveja e quem sabe algumas de uísque. Max era um bêbado controlado, se comparado com os outros bêbados mais comuns, ele normalmente ficava extremamente tímido e acabava por ficar sentado em um canto, até dormir ou parte do álcool ser eliminado do seu sistema, pelo menos o suficiente para sua consciência voltar.
- Bom, já vá se preparando então, ela é longa e um pouco chata.
E triste. E trágica. E surreal. A história de Maxwell Johann Watson era muitas coisas, uma completa bagunça, misturando situações cotidianas com momentos absurdos, que nenhum ser humano comum poderia afirmar ter visto em seu dia a dia. Ele planejava escrever um livro sobre isso, tinha a sensação de que seria uma leitura no mínimo reflexiva. '' O Violinista de Helhole '' era como planejava chamá-la. Por mais que agisse como se seu passado não tivesse nenhum controle sobre si, era apenas mais uma máscara para adicionar a coleção. Seu passado basicamente ditava seus passos.
- Ah, mas claro que sim. Tem algumas que estão por vir ainda e eu acho que vou para elas.
Nicolas Gattile Estudante
Mensagens : 43 Data de inscrição : 10/12/2017 Idade : 34 Localização : Na boate mais suja
- Festa! - ele disse, a voz de esganiçando um pouco. - Eu ouvi falar de uma que está acontecendo agora, se quiser vir. Tenho dois convites!
Tirando do bolso da camisa, mostrou dois tickets de Carnival, onde estava escrito “Bloodbath”, e havia o rosto de um palhaço caveira que lembravam ouro Nic.
Ele pegou a bebida e sugou um pouco, fazendo aquela careta a cada trago. Sorriu para Max esperando por sua resposta. Mas é claro. Eles poderiam se divertir um bocado nesse inferninho, e talvez Max fosse se sentir em casa tanto quanto ele.
- Então, Maxy? O que diz de uma visita ao circo?
Ah, quantos planos ele tinha para aquele quase estranho melancólico! Tinha calafrios só de pensar!
Maxwell Watson Estudante
Mensagens : 644 Data de inscrição : 27/07/2017 Idade : 24 Localização : Windfall
Aquilo fedia. Não literalmente, é claro. Desde seu sequestro, Max começara a prestar mais atenção em tudo, para evitar que algo do tipo pudesse acontecer com ele novamente. No dia, se tivesse se esforçado um pouco mais em garantir a segurança de Hanna ao invés de fingir ser uma pessoa boa, teria notado que Nathan havia drogado eles. Mas não notara. Portanto era apenas natural que sua paranoia o fizesse duvidar de Nicolas. E se aquele cara fosse ainda pior do que Nathan? Verdade seja dita, não era necessário muito para ser pior do que aquele pedaço de bosta que andava e falava, porém ainda assim ele ficava com um pé atrás.
- Não sei, tem certeza de que ela vai ser boa?
Seu sobrenome poderia ser Watson, mas a mente de Maxwell era digna de Sherlock Holmes. Desde que vira Nicolas pela primeira vez, notara que ele era no mínimo um cara estranho e no máximo um maluco completamente descontrolado. Havia algo no rapaz de cabelos verdes que o lembrava muito ele mesmo, porém não conseguia notar exatamente o que era. Interagira pouco com ele, quem sabe mais alguns momentos e ele pudesse notar o que havia naquele homem que lhe era tão familiar.
Nicolas Gattile Estudante
Mensagens : 43 Data de inscrição : 10/12/2017 Idade : 34 Localização : Na boate mais suja
- Mas é claro! Alguns amigos estão organizando. Só preciso me trocar e podemos ir! Sabe, é uma festa, e você tem que ir bem vestido, mas posso te emprestar um terno. Somos mais ou menos do mesmo tamanho.
Ele se levantou, jogando os copos vazios no cooler e o fechou. Em seguida um homem de terno chegou correndo, muito suado, como se tivesse corrido uma maratona.
- Signore Gattile! Perché hai fatto questo?! - parecia um segurança, e falava em italiano. Nicolas fez uma careta engraçada e puxou Max pela jaqueta.
- Opa! Melhor a gente sair daqui logo! Aquele cara não me parece bem! Ele deve ter alguma doença! - Ele inventou uma desculpa qualquer e levou Max até um carro estacionado não muito longe. Era uma Chevrolet Silverado SS amarelo com chamas vermelhas saindo do capô até a metade do carro, e as palavras Pussy Eagon escritas atrás da carroceria em belas letras cor de rosa. A pintura parecia fresca, e o interior do carro era todo em couro vermelho.
Se atrapalhando ao encontrar a chave certa no molho que tinha um chaveiro com as mesmas palavras e estilo das letras na parte de trás da pick-up, o palhaço deu um gritinho assustado ao ver o segurança se aproximando cambaleando.
- Aaaah é como em The Walking Dead!
Assim que Max subiu, Nicolas arrancou, gargalhando e deixando o homem para trás novamente.
- Isso foi EMOCIONANTE! - ele gritou, rindo, enquanto a música de rap gângster tocava num volume altíssimo.
O palhaço continuava a gargalhar enquanto dirigia de forma imprudente pelas ruas não direção da área industrial.
Maxwell Watson Estudante
Mensagens : 644 Data de inscrição : 27/07/2017 Idade : 24 Localização : Windfall
- Ah, agradeço por isso. Acho... - Falou Max, ficando um pouco confuso com toda aquela situação. Ele levantou-se e dobrou a cadeira de praia, a entregando para Nicolas.
Então, chegou aquele homem. Max era um poliglota, capaz de falar inglês, português, alemão, francês, italiano, russo e japonês. Claro que não era perfeito em todas as línguas, tendo uma dificuldade ainda maior para com as últimas duas, porém sabia o suficiente para notar que Nicolas não era tudo aquilo que aparentava ser. Mas ainda assim, o acompanhou, correndo até o enorme carro do homem. Seria Nicolas alguém importante? Porque aquele homem certamente era um segurança ou algo do tipo. Perguntas para depois, provavelmente.
Adentrou o carro e colocou o cinto de segurança bem na hora que Nicolas acelerou. Max não reclamou da forma como Nicolas dirigia, já andara na moto de Noah e aquele cara certamente era um dos pilotos mais imprudentes que ele já vira em toda a sua vida. Afinal de contas, só um maluco pegava quase 250 quilômetros por hora dentro de uma cidade, bem na hora mais movimentada do dia. Quando já haviam se afastado o suficiente, Max voltou seu rosto para Nicolas.
- Me ajude aqui que meu italiano está enferrujado - Falou Maxwell, pigarreando logo em seguida - '' Senhor Gattile, por quê você fez isso? ''. Não foi isso o que ele falou - Max voltou seu rosto para Nicolas - Quem é você Nicolas?
Nicolas Gattile Estudante
Mensagens : 43 Data de inscrição : 10/12/2017 Idade : 34 Localização : Na boate mais suja
Nicolas arregalou os olhos sem que seu sorriso sumisse. Na verdade parecia ainda mais risonho.
- AH, FOI ISSO QUE ELE FALOU? - Ele gritou, por cima da música alta. - EU NÃO FALO ITALIANÊS!
Ele riu, mas logo gritou, desviando de um caminhão no último segundo.
- EU SOU SÓ UM PALHAÇO! AHAHAHAHAHAHA!
A viagem foi violenta, e Nic bateu a testa no volante algumas vezes pois não se preocupou com cinto de segurança. Afinal, Nicolas parou a pick-up em frente a um lugar com letreiro neon luminoso. Descendo, ele chamou Max.
- Vamos! Adoro as roupas daqui!
Música da Loja:
A placa mostrava “KINGPIMP”,* e lá dentro só haviam belas mulheres de biquíni. Nicolas lacou uma em cada braço enquanto outras duas se aproximavam de Max oferencendo abraços e carinhos.
- Meninas, precisamos estar impecáveis pra hoje mais tarde. Esse aqui é o Max, ele não é o máximo?
Gattile riu e as meninas acompanharam, rindo e concordando com o trocadilho.
A loja mostrava diversos ternos e paletós, fraques, camisas, e todo tipo de acessório e roupas masculinas de luxo, e tinha pelo menos um cliente fiel. As luzes eram avermelhadas, como se aquilo fosse uma própria boate. Num quadrinho na parede, havia a foto de Nicolas fazendo uma careta no quadro de funcionário do mês.
- Pode se divertir um pouco com as meninas se quiser, Maxy. Temos todo o tempo do mundo! - esfregou as mãos, sorrindo.
*Kingpimp é uma mistura das palavras Kingpin (chefe de máfia, rei do crime) e Pimp (Cafetão)
Maxwell Watson Estudante
Mensagens : 644 Data de inscrição : 27/07/2017 Idade : 24 Localização : Windfall
- Nicolas - Ele chamou, quando o rapaz aumentou o volume da música e começou a gritar - Nicolas, sério mesmo?
O rapaz suspirou, parecia óbvio que ele não estava disposto a responder a sua pergunta. Mesmo com toda aquela movimentação insana, Maxwell nem parecia piscar diante dos perigos óbvios de deixar um homem como Nicolas dirigir, já vira motoristas piores e um pouco mais perigosos do que o homem que estava do lado dele. Depois de andar na Hayabusa de Noah, parecia impossível o rapaz passar ainda mais desespero no trânsito. Quando por fim pararam na frente da loja, ele ergueu uma sobrancelha. Bom, o nome combinava com quem tinha o dinheiro de Nicolas. Não que Maxwell fosse pobre, seu irmão lhe dava boas quantias de dinheiro todo mês. De onde ele tirava o dinheiro, o rapaz nunca perguntara.
- Claro que a loja que vamos é assim - Falou, olhando para o letreiro - Céus, aquele lugar parece um inferninho.
Desceu do carro e começou a caminhar na direção da loja, ao lado de Nicolas. Fosse alguns meses atrás, Maxwell certamente teria aproveitado a oportunidade e teria divertido-se um pouco. Ultimamente, já estava jogando seus desejos no chão e pisoteando-os. Max lembrava alguém que estava prestes a quebrar-se, como se alguém tivesse tentando colá-lo novamente porém não chegara a terminar o trabalho.
Quando Max entrou e as garotas grudaram nele, tudo o que fez foi continuar a caminhar até um dos ternos. Seus olhos meio que foram atraídos até ele, porém não era por ter gostado do terno nem nada do tipo. Era mais pela pessoa que estava ao lado dele. Claro que Ishmael estaria em um local como aquele, talvez fosse pelo fato de Maxwell ter chamado o local de inferninho. Naturalmente, ele só aparecia perante os olhos de Maxwell
- Gostei desse lugar - Comentou Ishmael, fazendo com que Maxwell revirasse seus olhos.
- Eu pensei que a festa estivesse acontecendo agora - Falou Maxwell, sem voltar seu rosto para Nicolas - Gostei desse...
Terno:
Nicolas Gattile Estudante
Mensagens : 43 Data de inscrição : 10/12/2017 Idade : 34 Localização : Na boate mais suja
- Combina com seu humor! - ele riu, as meninas já haviam tirado a câmera, o chapéu e a camisa do rapaz, revelando um corpo completamente branco, que deixava claro que aquela pele de palhaço não era maquiagem. Seu corpo tinha varias tatuagens, e outros tantos hematomas roxos.
Tatuagens:
- Ah! Que esperem! E a festa de verdade só começa depois que eu chego. - seu sorriso se alargou, e algumas meninas cuidadosamente tiravam as medidas de Maxwell, de maneira levemente invasiva quando chegava na parte das pernas e cintura. - Ooh, essas aí estão bem assanhadas, eh? Tem certeza que não quer algo mais... divertido? Tudo por minha conta, Maxy, até as meninas! Aproveite!
Pegando a mais próxima, segurou ela pelo cabelo e deu um beijo longo nela.
- Vai buscar o meu, docinho.
Não demorou nada e os dois já estavam vestidos, com os ternos que pareciam ter sido feitos sob medida para cada um. Nicolas optou por um terno bonina bem forte, com uma gravata fina.
Terno:
Carregava ainda um tipo de bengala, com uma caveira que lembrava muito Nicolas na mão. Ele deu uma voltinha para mostrar.
- Entao? Como estou?
Apesar da cor diferente, a qualidade de tudo ali era inegável, e o caimento era perfeito.